Gibraltar liberta petroleiro iraniano
O petroleiro iraniano Grace 1 abandonou no domingo, 18, as águas de Gibraltar, após ter sido libertado nos dias anteriores pelas autoridades do território ultramarino britânico, que haviam detido o navio a 4 de Julho. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão advertiu os EUA contra um possível novo apresamento do petroleiro (entretanto rebaptizado Adrian Darya 1).
A partida do barco ocorreu depois de o governo de Gibraltar ter rejeitado a petição dos EUA para voltar a deter o navio-cisterna. O petroleiro saiu de Gibraltar e seguiu rumo à Grécia.
Um porta-voz governamental iraniano enfatizou que se os EUA renovarem o pedido de captura do navio «poriam em perigo a segurança marítima em alto mar». Além disso, emitiu «uma advertência através dos canais oficiais, em especial a embaixada da Suíça». Berna representa os interesses dos EUA no Irão, que não mantém relações diplomáticas com Washington.
O Grace 1, de pavilhão panamiano, foi apresado no início de de Julho, em águas do estreito de Gibraltar, por fuzileiros navais britânicos e polícias gibraltinos, sob suspeita de transportar petróleo para a Síria, em violação das sanções da União Europeia contra Damasco, o que as autoridades iranianas negam categoricamente.
Depois do Tribunal Supremo de Gibraltar ter prolongado a detenção do Grace 1 por 30 dias, o navio foi libertado quando as autoridades locais afirmaram dispor de «garantias escritas formais» do Irão de que o petroleiro não descarregará a sua carga de petróleo na Síria. «À luz das garantias que recebemos, não há nenhum motivo razoável para continuar o apresamento legal do Grace 1», justificou o ministro principal de Gibraltar, Fabian Picardo.
Por sua parte, o ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, Mohammad Zarif, acusou Washington de «tentativa de pirataria», em relação à intervenção norte-americana no assunto. «Os EUA trataram de abusar do sistema legal para roubar uma propriedade nossa no alto mar», afirmou Zarif, acrescentando que «esta tentativa de pirataria mostra o desprezo da administração Trump pela lei».