Pobreza flagela países tanto de baixos como de altos rendimentos, alerta PNUD
A pobreza não se concentra só nos países menos desenvolvidos, mas pode flagelar de forma significativa também os países de médios e altos rendimentos, segundo responsáveis do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Evidenciando o óbvio, o administrador do PNUD, Achim Steiner, indicou que os países mais ricos têm pessoas que vivem na pobreza, entre elas muitas crianças.
De facto, dois terços das pessoas que se encontram em situação de «pobreza multidimensional», cerca de 886 milhões habitam em países de rendimentos médios e outros 440 milhões vivem em zonas de rendimentos baixos.
Tais dados foram recolhidos no «Índice Global de Pobreza Multidimensional de 2019. Iluminando as desigualdades», que mostra como as médias a nível nacional podem ocultar uma enorme desigualdade na situação em cada país.
Steiner realçou que as crianças são as mais afectadas. Segundo as estatísticas apresentadas no relatório, um em cada três menores de idade é atingido pela pobreza, em comparação com um em cada seis adultos. O que significa que quase metade das pessoas em situação de pobreza multidimensional são crianças (cerca de 663 milhões).
Embora sejam agora reportados índices de pobreza extrema mais baixos no mundo, este problema pode afectar qualquer pessoa, sem importar o lugar geográfico e o nível de desenvolvimento, insistiu Steiner. Por isso, é importante desagregar os dados estatísticos e observar a fundo as desigualdades: «Este é um problema a que todos devemos dar atenção, pois encontra-se nas nossas próprias comunidades». Daí, enfatizou, a necessidade dos estados investirem em programas para reduzir a pobreza e aumentar os níveis de desenvolvimento.