Cristina Tavares reintegrada e outras lutas na Cortiça
A reintegração da operária Cristina Tavares na empresa que a tentou despedir ilicitamente por duas vezes motivou reacções de apoio por parte daqueles que sempre a acompanharam na luta pelos seus direitos, designadamente o movimento sindical unitário e o PCP.
Em nota de dia 26, quando o desfecho do processo foi conhecido, a direcção nacional da Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN) sublinha o recuo «em toda a linha» da Corticeira Fernando Couto face à firmeza demonstrada pela trabalhadora, que «recusou todas as propostas de acordo pecuniário que lhe foram feitas e assumiu sempre que o seu objectivo era a reintegração». Destacando a solidariedade, «que alastrou a todo o País», a Feviccom realça ainda que «há mais situações idênticas à da Cristina, que deixou de ser um caso para se tornar uma causa». Mas, como ela, «existirão sempre homens e mulheres com coragem e dignidade para enfrentarem de cabeça erguida a discriminação, a humilhação, a pressão, os despedimentos ilegais».
O PCP também saudou Cristina Tavares, numa nota emitida a 26 de Junho pela sua estrutura dirigente em Aveiro, na qual valoriza «toda a luta desenvolvida desde que este processo se iniciou». Da sua parte, recorda, «participou e apoiou as inúmeras iniciativas de solidariedade desenvolvidas, tendo levado também, através dos seus deputados, este caso à Assembleia da República bem como ao pedido de audiência ao Ministro do Trabalho e Solidariedade Social».
Entretanto, o sector da cortiça esteve em luta na semana passada, com acções de grande envergadura que, para a CGTP-IN, constituem um «sinal inequívoco de rejeição da proposta patronal e um reforço das propostas sindicais que voltarão à mesa das negociações do CCT» hoje, 4 de Julho.