Recrutamento é solução central para problemas nos transportes
GOVERNO A admissão de pessoal necessário é a principal medida por que decidiram juntar esforços as comissões de trabalhadores das empresas públicas de transportes e a Fectrans/CGTP-IN.
É preciso inverter o rumo de destruição do serviço público
A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações promoveu, no dia 5, uma reunião com dirigentes sindicais e as CT das transportadoras públicas, para analisar a situação no sector. Nas conclusões, divulgadas pela Fectrans, as estruturas representativas afirmaram a decisão de «juntar esforços na defesa do serviço público de transportes com qualidade, seguro e acessível à generalidade da população» e agendaram para dia 18, terça-feira, das 8 às 10h30, uma «tribuna pública» na estação do Cais do Sodré, em Lisboa.
Considerando que «é preocupante o estado de degradação do serviço público de transportes», as estruturas assinalam como consequências «um pior serviço às populações e o agravamento das condições de trabalho». Os trabalhadores «são confrontados com o aumento das jornadas e cargas de trabalho» e «uma parte significativa do serviço» só pode ser assegurada com o recurso a trabalho extraordinário.
A actual situação «é o resultado da falta de medidas que têm sido reclamadas pelas organizações representativas de trabalhadores junto do actual Governo do PS, para que seja invertida a linha de destruição do serviço público de transportes desencadeada no mandato do governo PSD/CDS-PP».
«As causas da degradação a que temos assistido» são, para a Fectrans e as CT, « falta de trabalhadores, o desinvestimento, a falta de medidas para responder aos problemas no imediato para a recuperação de material circulante».
«A situação tende a agravar-se», alerta-se no documento de conclusões. Por um lado, «vamos continuar a assistir ao aumento da procura, tendo em conta a justa redução de preços e a entrada em vigor do passe familiar». Com o período de férias, «vai haver redução de trabalhadores disponíveis». Por fim, há que contar com o retorno da população estudantil e o regresso de férias, no mês de Setembro.
Como «solução central para a resolução dos problemas imediatos», as organizações representativas defendem «mais trabalhadores» em três áreas: a manutenção e reparação de comboios e navios; a operação da circulação de comboios e navios; as estações, as bilheteiras e os serviços de atendimento a utentes.
A Fectrans e as CT admitem que, «se houver vontade política para a admissão de mais trabalhadores, certamente o Governo não terá necessidade de repetir o pedido de desculpa aos portugueses».