Organizações do Partido traçam orientações para o futuro
DEBATE Analisar a situação política, avaliar resultados eleitorais, preparar batalhas futuras e avançar no reforço orgânico são temas presentes nas reuniões dos organismos do PCP aos mais variados níveis.
Na Península de Setúbal, a CDU foi a segunda força mais votada no passado dia 26
Na sequência da reunião do Comité Central de 28 de Maio, os organismos do Partido aos mais variados níveis estão a reunir para analisar os resultados das eleições para o Parlamento Europeu, prosseguir a implementação das medidas visando o reforço da organização e intervenção partidária e preparar a acção dos próximos meses, marcados designadamente pela realização da Festa do Avante! (a 6, 7 e 8 de Setembro) e pelas eleições legislativas de 6 de Outubro.
Logo no dia seguinte, a Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) valorizou os praticamente 40 mil votos arrecadados pela CDU nos nove concelhos da região, fazendo da coligação a segunda força mais votada, com 17,14 por cento. A DORS saúda os que deram o seu voto à CDU e, em especial aos que o fizeram pela primeira vez, e valoriza os candidatos e activistas pela «grande campanha de contacto e esclarecimento» realizada. Para a DORS, não é possível comparar os resultados do passado dia 26 com o das anteriores eleições para o Parlamento Europeu, em 2014. Desde logo porque a conjuntura era, então, totalmente diferente: a aplicação do pacto de agressão punha em evidência de forma particularmente nítida o «papel e consequências das imposições da União Europeia sobre o País». É ainda preciso ter em conta a «descarada campanha difamatória, de deturpação e de silenciamento da intervenção da CDU e do seu trabalho e de animação de preconceitos, que conviveu com a descarada promoção de outras forças».
Relativamente às legislativas de Outubro, a DORS sublinha que é o reforço da CDU a «condição central para que o que foi conquistado com a luta e a persistente acção do PCP e do PEV não ande para trás e para que se avance na defesa, reposição e conquista de direitos e rendimentos». O desenvolvimento da luta reivindicativa nas empresas e locais de trabalho, a efectiva consagração dos direitos à saúde, educação, protecção social, transporte público e habitação são questões prioritárias.
Defender a região
No fim-de-semana, na Horta, esteve reunida a Direcção da Organização da Região Autónoma dos Açores do PCP (DORAA), para quem o «combate permanente pela alteração das políticas que não contribuam para o progresso e desenvolvimento da nossa região» é tarefa primordial. Quanto ao Partido, não deixará de assumir as suas responsabilidades, denunciando políticas «desajustadas e prejudiciais» e propondo medidas que sirvam o arquipélago e a sua população. Inaceitável é, para os comunistas, que persistam por concretizar os apoios para os antigos trabalhadores da Cofaco, previstos na resolução que a Assembleia da República aprovou por unanimidade. A merecer a «firme intervenção» do Governo Regional e do Governo da República está, também, a situação dos trabalhadores da Base das Lajes, que continuam confrontados com um «conjunto de questões laborais que põe em causa os seus direitos», para além de ser ainda incerta a própria manutenção dos postos de trabalho.
Relativamente à iniciativa política, o PCP Açores realiza entre 14 de Junho e finais de Julho «um conjunto de reuniões de organismos e plenários de militantes e uma acção de esclarecimento e propaganda, sob o lema “Avançar é preciso. Mais força à CDU”».