Manifestações no Brasil contra cortes na educação

PROTESTO Mais de um milhão de pessoas saíram à rua nos 27 estados e no distrito federal do Brasil para protestar contra o corte de verbas para a educação determinado pelo presidente Jair Bolsonaro.

Greve geral dos trabalhadores está marcada para 14 de Junho

As medidas do governo brasileiro «são um ataque aos municípios, aos estados, à população», já que «sem investimento na educação não há desenvolvimento», afirmou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Araújo.

Segundo os organizadores, o Dia Nacional de Greve na Educação, a 15 de Maio, realizou-se contra o corte de 30 por cento no orçamento do sector e as manifestações, pacíficas, também serviram de ensaio para a greve geral dos trabalhadores contra a reforma do sistema de reformas e pensões, greve marcada para 14 de Junho.

Em Brasília, 50 mil manifestantes concentraram-se junto do Museu da República, na Esplanada dos Ministérios, e marcharam até ao Congresso Nacional, exibindo faixas e cartazes contra os cortes de verbas. No Rio de Janeiro, houve protestos, com a participação de 100 mil pessoas, em todas as regiões do Estado, organizadas pelas centrais sindicais, movimentos populares, Frente Popular, Frente Povo Sem Medo, organizações de base do movimento estudantil, partidos de esquerda e outras forças do campo progressista. Em São Paulo, a concentração juntou 200 mil pessoas.

A CNTE revelou que professores, trabalhadores e estudantes de escolas públicas, universidades e institutos federais paralisaram as actividades em 122 cidades brasileiras contra os cortes de verbas decidido por Bolsonaro. O presidente encontrava-se na altura na cidade norte-americana de Dallas, no Texas, de onde qualificou os manifestantes de «idiotas úteis» e acusou os estudantes de «não terem nada na cabeça» e serem «manipulados».

A presidente da União Nacional dos Estudantes, Marianna Dias, respondeu que «idiota é quem acredita que os livros são menos importantes do que as armas», numa alusão ao recente decreto presidencial para liberalizar o comércio e o porte de armas.




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