Israel planeia anexar território palestiniano
PLANO É hoje claro e Telavive nem sequer tenta esconder o seu plano para a Palestina: Israel quer concretizar a anexação do território ocupado e reduzir ao mínimo a comunidade palestiniana.
Há 25 anos havia 100 mil colonos judeus, hoje são 600 mil
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Palestina, Riyad al-Maliki, afirmou que Israel está a converter a ocupação temporária numa anexação permanente, com a conivência dos Estados Unidos. A denúncia foi feita na semana passada, numa sessão especial do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Nas últimas cinco décadas, o número de colonos israelitas cresceu constantemente: quando foram assinados os Acordos de Oslo, há 25 anos, havia 100 mil colonos judeus no território palestiniano ocupado e, na actualidade, existem mais de 600 mil. Desde o começo, Israel tinha um plano com o objectivo claro de apoderar-se do máximo de terra com o mínimo de população palestiniana.
Os colonatos ilegais fragmentaram o território palestiniano. Além disso, Israel controla a terra e os recursos, derruba habitações e desaloja comunidades inteiras, constrói um muro e recrudesce as suas políticas de colonização. Desta forma, Israel viola todos os princípios fundamentais e já não esconde a sua intenção de anexar o território palestiniano, nem tão-pouco os seus projetos colonialistas.
O colonialismo israelita martiriza a vida quotidiana dos palestinianos e impede-os de exercer os seus direitos à livre determinação, enquanto invade as suas propriedades, vidas e esperanças, expressou o representante da Palestina.
Israel não pode ser uma excepção ao direito internacional e a sua política deve ser fortemente condenada e combatida. Segundo Riyad al-Maliki, o povo palestiniano sob ocupação necessita de protecção, pois está completamente dominado por uma potência militar colonial que o reprime brutalmente e lhe nega os seus direitos.
O diplomata denunciou a lei racista do Estado-Nação Judeu, sublinhou a semelhança da actual situação com o apartheid que existiu na África do Sul e garantiu: «O meu povo quer liberdade, soberania, quer respeito pelos seus direitos e controlo sobre as suas fronteiras, não quer muros nem bloqueios, quer acesso aos seus recursos, não quer caridade».
PCP reafirma solidariedade
com povo palestiniano e sua luta
O PCP expressou a sua «profunda preocupação» com a recente escalada de violência na Faixa de Gaza e no Sul de Israel e condenou firmemente o governo israelita pelos bombardeamentos contra a população de Gaza, que provocaram segundo a ONU a morte de 29 palestinianos, incluindo três crianças e duas mulheres grávidas, mais de 200 feridos e a destruição de prédios de habitação.
Estes números acrescem aos mais de 200 palestinianos mortos e mais de 20 mil feridos pelas forças de repressão de Israel ao longo de 14 meses de protestos populares da Grande Marcha do Retorno, como documenta o recentemente aprovado Relatório da Comissão de Direitos Humanos da ONU.
Em nota de 9 de Maio, o PCP realça que a escalada de violência «é da inteira responsabilidade do governo israelita e da sua política de opressão, sistemático desrespeito pelo direito internacional e férreo bloqueio contra os dois milhões de pessoas que vivem naquele território palestiniano ilegalmente ocupado em 1967».
Estes acontecimentos «são inseparáveis da violação por Israel dos termos de anteriores acordos de cessar-fogo relativos à Faixa de Gaza e das opções do governo israelita e da administração norte-americana de abandonar qualquer perspectiva de solução política para a questão palestiniana, nomeadamente a solução dos dois Estados, e de levar a cabo abertamente sucessivas violações de acordos, resoluções e planos internacionais de paz».
O PCP sublinha a gravidade das recentes declarações do primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, ameaçando anexar partes da Cisjordânia ilegalmente ocupada, bem como do apoio implícito dado por responsáveis da administração de Trump a estas declarações.
Neste contexto, o PCP considera inaceitáveis as condenações unilaterais à parte palestiniana pelo porta-voz do secretário-geral da ONU e pela alta representante da UE para os Assuntos Exteriores, acompanhadas apenas por meros apelos à contenção por ambas as partes. É inadmissível falar em «segurança» e calar que à população da Faixa de Gaza é negado sequer o «direito» a fugir ante os periódicos bombardeamentos de Israel, devido ao implacável bloqueio a que está sujeita e que já reduziu esse território ao limiar do desastre humanitário, como foi sublinhado pela UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinianos. Para o PCP, «aqueles que são coniventes com a permanente violação do direito internacional por Israel são também co-responsáveis pelo agravamento da situação na região».
Em vésperas de mais um aniversário da Nakba, a catástrofe da expulsão da população palestiniana que acompanhou a criação do Estado de Israel em 1948, o PCP reitera a sua «solidariedade de sempre» com o povo palestiniano e a sua luta pelos seus inalienáveis direitos nacionais e sublinha que «o direito à resistência à ocupação é reconhecido pelo direito internacional e pela Constituição da República Portuguesa».
O PCP apela ao reforço da expressão da solidariedade com a causa do povo palestiniano.