Atrasos na Segurança Social
O problema dos tempos de espera na Segurança Social e os enormes atrasos às solicitações dos trabalhadores, nomeadamente pedidos de pensões e reformas, incluindo as dos muitos emigrantes, foi igualmente introduzido no debate por Jerónimo de Sousa. Esta é uma questão para a qual o líder comunista tem inúmeras vezes chamado a atenção, tendo insistido que continua a chegar-lhe a informação de que se mantém a «falta de trabalhadores» e de que não são visíveis as medidas necessárias para suprir as insuficiências. Quis saber por isso quando prevê o Executivo cumprir o prazo da lei.
Por deficiente gestão do tempo que lhe está atribuído, a esta pergunta o primeiro-ministro já não respondeu, tal como nada disse sobre o comentário que o Secretário-geral comunista fez a propósito das declarações do presidente da CP, que advertiu para a «inevitabilidade de reduzir a oferta de ligações ferroviárias» caso não haja a contratação de mais trabalhadores.
A preocupação de Jerónimo de Sousa estava focada sobretudo na questão de saber para quando a contratação dos trabalhadores em falta, mas aproveitou para se demarcar do CDS (que também abordara o assunto), assinalando que o País tem memória e não esquece o que o partido de Assunção Cristas fez no anterior governo sobre esta matéria.
O presidente da CP era Manuel Queiró e o ministro da tutela era Pires de Lima, ambos do CDS, lembrou Jerónimo de Sousa, sublinhando que foi no tempo de ambos que a EMEF, por exemplo, passou de 1300 trabalhadores para menos de 1000.
«Não vale a pena estarem a chorar lágrimas de crocodilo», concluiu, por isso, o responsável comunista.