Professores esperam até dia 15 solução no Parlamento
ACÇÃO Os grupos parlamentares que anteontem defenderam a recuperação total do tempo de serviço, a eliminação de ultrapassagens e o primeiro faseamento com efeitos em 2019 devem convergir numa solução.
A solução não deve ser adiada para as calendas gregas
A discussão das apreciações parlamentares do Decreto-Lei N.º 36/2019, com que o Governo pretendeu impor a reposição de apenas 2 anos, 9 meses e 18 dias do tempo de serviço cumprido pelos docentes em períodos de congelamento da progressão na carreira, foi acompanhada por uma multidão de professores e educadores, no exterior do Parlamento, durante a tarde de terça-feira, dia 16.
As diferentes propostas de alteração ao diploma baixaram à comissão de Educação e Ciência, sem votação, para apreciação na especialidade.
Depois das intervenções de Mário Nogueira, Secretário-geral da Fenprof, e de outros dirigentes sindicais, foi aprovada por unanimidade e aclamação uma resolução em que se saúda «os grupos parlamentares que apresentaram e defenderam propostas que visam consagrar na legislação, de forma explícita, a recuperação total do tempo de serviço» (9 anos, 4 meses e 2 dias) e também «as propostas destinadas a eliminar as ultrapassagens» que decorreriam da aplicação do decreto-lei, «prevendo a produção de efeitos do primeiro momento do faseamento, num total de 2 anos, 9 meses e 18 dias, a 1 de Janeiro de 2019, com aplicação simultânea a todos os docentes».
As dez organizações sindicais e os docentes presentes na concentração «esperam que, em sede de comissão parlamentar, os partidos que defendem a recuperação total do tempo de serviço cumprido pelos professores convirjam numa solução» e que esta «seja definida rapidamente, ainda antes da suspensão dos trabalhos do Parlamento, em 15 de Maio». Em 22 de Maio esgota-se o prazo para convocação da greve decidida para o período a partir de 6 de Junho.
PCP reafirma posição clara
A deputada Ana Mesquita, que foi ao encontro dos docentes concentrados na rua, defendeu que também o PCP defende um processo célere na especialidade, a concluir-se antes da suspensão dos trabalhos parlamentares.
Na tribuna do plenário parlamentar, Ana Mesquita lembrou que «desde a primeira hora, o PCP deu voz às justas reivindicações dos professores, bem como dos demais trabalhadores das carreiras e corpos da Administração Pública onde o problema da contagem de serviço se coloca».
O Governo do PS «optou por condenar o processo negocial ao fracasso» e «tenta, mais uma vez, não cumprir o que ficou consagrado, desta vez já em sede do Orçamento do Estado para 2019». Assim, «sindicatos e trabalhadores viraram-se para a Assembleia da República» e «a questão que se coloca hoje é a de saber se vão ser tomadas as decisões para resolver definitivamente a contagem do tempo de serviço, do faseamento da recuperação, das formas que podem ser encontradas para que ela aconteça».
«A posição do PCP é clara», salientou Ana Mesquita, reafirmando que as propostas do Partido traduzem «o compromisso que assumimos com os professores de uma solução definitiva por via desta apreciação parlamentar» e «não empurramos a recuperação para as calendas gregas, iludindo os professores com condições e critérios que possam tornar esse processo inexequível».