Reino Unido adia saída da UE até 31 de Outubro
SAÍDA O Conselho Europeu prolongou o prazo para a retirada do Reino Unido da União Europeia. Até 31 de Outubro, o parlamento de Londres e o governo de Theresa May deverão chegar a acordo sobre a saída.
«Todas as opções estão em cima da mesa», afirma Jeremy Corbyn
A primeira-ministra britânica Theresa May voltou a pedir o apoio do parlamento britânico para poder concretizar quanto antes a saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
«Todo o país sente-se imensamente frustrado porque o processo de abandonar a UE não foi completado», assegurou a governante conservadora na Câmara dos Comuns, onde se apresentou na quinta-feira, 11, para explicar os termos do novo prazo concedido nessa madrugada pelo Conselho Europeu.
A saída do Reino Unido da UE estava inicialmente marcado para 29 de Março mas o prazo foi prolongado para 12 de Abril devido à recusa dos deputados britânicos de apoiar o plano de retirada negociado por May com os seus pares europeus. Na madrugada de 11, numa cimeira extraordinária realizada em Bruxelas, os 27 membros da UE aprovaram um novo adiamento até 31 de Outubro, com o objectivo e evitar que Londres abandone o bloco sem acordo.
«Temos perante nós um duro dilema e o calendário é claro, pelo que temos agora de apressar o passo e esforçar-nos por alcançar um consenso sobre um tema que é do interesse nacional», acentuou a primeira-ministra.
Segundo May, se o acordo for aprovado antes de 22 de Maio, então o Reino Unido não será obrigado a participar nas eleições para o Parlamento Europeu, uma possibilidade menos humilhante para os 51,8% dos britânicos que há três anos votaram a favor da saída do país da UE.
A possibilidade de se chegar a um consenso sobre a saída depende em grande medida do resultado das conversações em curso entre Theresa May e o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, na oposição.
O líder trabalhista declarou que o diálogo, inédito, decorre de forma «séria e pormenorizada», mas avisou que o governo deve estar disposto a ceder em alguns dos pontos mais controversos do tratado com a UE. «Cremos que todas as opções estão em cima da mesa, incluindo a opção de um segundo referendo», declarou Corbyn, que criticou May por «deixar o Reino Unido no limbo».
Mesmo que haja «fumo branco» nas conversações entre conservadores e trabalhistas, qualquer alteração ao acordo só será discutida no parlamento britânico depois de 23 de Abril, após a pausa parlamentar da Páscoa.