Jerónimo de Sousa no debate quinzenal com o primeiro-ministro

Os passes sociais e a fábula da raposa

Não passou sem acesa crítica a desvalorização que PSD e CDS continuam a fazer da importante medida que é a redução dos passes sociais. Jerónimo de Sousa chamou-lhe «lengalenga demagógica» e para definir o comportamento daqueles partidos evocou a conhecida fábula da «raposa que, não chegando às uvas, diz que “são verdes não prestam”».

«Não prestam para PSD e CDS, porque servem o povo que utiliza os transportes», sublinhou o líder comunista, lembrando que esta era uma «medida necessária e há muito defendida pelo PCP». Não escondeu por isso o seu regozijo por, «finalmente», ter sido «concretizada e bem», com o «decisivo contributo» dos comunistas.

Do enorme alcance da medida falou ainda o responsável comunista para salientar que o mesmo «não pode ser negado por quem olhe com seriedade» para a realidade. Os resultados, de resto, «ao fim de pouco dias, já estão aí patentes», referiu.

Âmbito nacional

Concordando com a ideia de que importa garantir a aplicação da medida a todo o território nacional, colocando simultaneamente mais meios de transporte em circulação para responder ao aumento da procura – Jerónimo de Sousa instara-o mesmo a esclarecer que medidas pretende o Governo tomar a curto e médio prazo -, o primeiro-ministro começou por informar que «nestes três anos já se investiu quatro vezes mais no sistema de transportes públicos do que o governo anterior em toda a legislatura».

Reposição de investimento que, exemplificou, se traduz não apenas na aquisição de «dez navios para a Transtejo», na encomenda de «novas composições ou na «expansão da rede», mas «também na reposição da capacidade de reparação, no sistema de sinalização, nas condições de segurança».

«O facto de esta semana o Metropolitano de Lisboa ter conseguido voltar a circular a uma velocidade comercial de 60 Km/hora permitiu aumentar em cinco por cento a sua capacidade», informou ainda António Costa, acrescentando que a circunstância de «já não haver muitos navios parados da Soflusa ou da Transtejo» é também um factor que «assegura melhores condições de transporte».

O primeiro-ministro garantiu, por outro lado, que este esforço é extensível a «todo o País» e reiterou que a redução dos passes «não é uma medida exclusiva das cidades de Lisboa e Porto, nem das respectivas áreas metropolitanas», afiançando que «todas as 21 comunidades intermunicipais apresentaram medidas de redução do tarifário, tendo em 15 entrado já em vigor a 1 de Abril, outra entrará a 15 de Abril e as restantes cinco entrarão em vigor a 1 de Maio».



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