Realidade dos bolseiros desmente ministro
O PCP voltou a exigir do Governo a resolução de todos os casos urgentes relativos a situações de precariedade entre os bolseiros de investigação, como seja o dos bolseiros de fundos públicos abrangidos pela Norma Transitória e que continuam a aguardar pela abertura dos concursos. Por regularizar estão também os vínculos dos investigadores nas Instituições de Ensino Superior, Unidades de Investigação e Laboratórios do Estado através do PREVPAP (Programa Extraordinário de Regularização de Vínculos Precários na Administração Pública), tal como estão por pagar as bolsas de investigação em atraso há quase quatro meses, entre outros casos.
Esta posição foi reiterada, dia 20, pelas deputadas comunistas Ana Mesquita e Ângela Moreira na comissão de Educação e Ciência, onde a ABIC (Associação dos Bolseiros de Investigação) foi ouvida a requerimento da bancada comunista na sequência da afirmação do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de que haveria uma fase de pleno emprego dos doutorados. Declarações que geraram uma onda de indignação entre os investigadores e levaram a ABIC a promover uma carta aberta na qual mais de mil subscritores repudiam as afirmações do Governo.
Contrariando a versão do ministro, os representantes da ABIC, Sandra Pereira e Nuno Peixinho, expuseram na audição a realidade concreta que afecta os investigadores, sublinhando que há doutorados desempregados, contratos prometidos pelo Emprego Científico que não chegam, doutorados que concorrem a bolsas para mestre, além de continuar por regularizar os casos de todos os investigadores abrangidos pelo (PREVPAP).
O Governo «vive numa realidade alternativa e confunde anúncio com concretização» na Ciência, disseram os bolseiros da ABIC.
Também o PCP defende que a realidade desmente as afirmações do Governo e apontou o Estatuto do Bolseiro de Investigação como ferramenta de perpetuação da precariedade, exigindo a sua revogação.