Manifestações no Haiti exigem queda do governo

PROTESTOS Depois de uma semana de manifestações, em Fevereiro, estão previstos novos protestos, no Haiti, contra as políticas anti-populares do presidente Jovenel Moise, apoiado pelos EUA.

«A rua será mais forte que os EUA», diz a oposição haitiana

No Haiti, a oposição mobiliza-se contra o governo do presidente Jovenel Moise e anunciou mais duas jornadas de protestos, em Puerto Príncipe. As manifestações estão previstas para 7 e 8, data em que Moise cumpre dois anos no cargo e se assinala o 33.º aniversário do fim da ditadura de Jean-Claude Duvalier.

Vive-se há semanas um clima de tensão em Puerto Príncipe e em outras cidades haitianas, após protestos populares com actos de repressão policial sobre os manifestantes. As principais exigências da oposição incluem a diminuição do custo dos produtos básicos, a formação de um novo governo, o afastamento do presidente e o julgamento de dirigentes corruptos.

«São as desigualdades sociais que paralisam o país e não as manifestações populares que se levantam contra a má distribuição da riqueza», explicou Olriche Jean Pierre, membro do partido Konbit. De acordo com o partido Fanmi Lavalas, na oposição, não é altura de «soluções cosméticas» e é necessária outra abordagem, a começar pela demissão do governo.

Tal como várias plataformas oposicionistas, por exemplo o Sector Democrático e Popular, o Fanmi Lavalas, criado pelo ex-presidente Jean-Bertrand Aristide, propõe um período transitório de 36 meses para a criação de uma assembleia constituinte capaz de redefinir a lei fundamental e desenhar os contornos de uma nova República.

Um outro dirigente oposicionista, Jean Clarens Renois, que em 2015 concorreu à presidência pela União Nacional para a Integridade e Reconciliação, denunciou que a embaixada dos EUA continua a apoiar Jovenel Moise, apesar dos protestos em grande escala. Segundo Renois, Washington tem uma grande influência no Haiti mas, se a crise se prolongar, os norte-americanos não poderão mudar nada, a menos que optem pela intervenção directa, em sua opinião pouco provável: «A rua será mais forte do que os EUA».

Os laços históricos dos EUA com o Haiti são marcados por intervenções, estabelecimento de bases militares, expropriação de terras, ocupação, apoio a ditaduras e suposta «ajuda humanitária».

Estatísticas oficiais revelam que, hoje, no país caribenho, quase um milhão e meio de pessoas estão em grave situação de insegurança alimentar e mais de dois milhões e meio vivem abaixo do limiar da pobreza.




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