Na Comunicação Social também se luta

Carlos Gonçalves

Esta é uma realidade de que não se fala e que a muitos parece impossível. Por isso se releva e saúda a luta dos seus trabalhadores.

Agrava-se a situação na Comunicação Social em Portugal e noutros «lugares mal frequentados» pelo grande capital, nesta crise sistémica e de degenerescência de valores fundacionais, como a liberdade de imprensa.

A centralização de capitais nos media, a liquidação de títulos e sua internacionalização, sob comando das multinacionais do mediático, da «informação» digital e «redes sociais», é este o processo que determina a sua realidade política, ideológica e laboral, a drástica degradação do pluralismo e liberdade de imprensa e de informação e da qualidade na cultura e entretenimento nos media dominantes.

Os efeitos são anticomunismo boçal, antidemocracia e populismo dos Bolsonaros, espectáculo da corrupção, do crime, do reality show, do boxe futeboleiro.

E é inevitável o ataque a jornalistas e trabalhadores da comunicação social, a cassação de direitos, a censura, os enlatados e a agenda USA e dos barões do capital, a sobre-exploração, a precariedade, os salários baixos, a desregulação de horários, os despedimentos, o desemprego, a perseguição de quem resiste.

Por isso decorre a luta no Grupo RTP – acções de rua em Lisboa e Porto, caderno reivindicativo e greve decididas em grandes plenários, por aumento de salários e admissão dos trabalhadores com vínculo precário - e avança a luta dos trabalhadores da Plural, empresa de conteúdos da Media Capital, com greves por salários e direitos.

São lutas importantes, com a solidariedade dos trabalhadores portugueses e do seu Partido, para defender direitos e afirmar a liberdade de imprensa e de informação de Abril, que importa retomar.




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