Luta na IP reformulada para ganhar mais força
CONTRATAÇÃO A greve na Infra-estruturas de Portugal foi adiada para dia 31. Uma manifestação em Lisboa foi convocada para dia 25 e está proposta uma reunião com sindicatos e CT da EMEF e da CP.
Com unidade e luta é possível obter melhores salários
«Há que reformular a nossa luta, pressionando o Governo e a administração com os argumentos que invocam, mas tendo pela frente a luta organizada dos trabalhadores», explicaram, no dia 10, as 14 estruturas sindicais que têm assumido posições e acções conjuntas na negociação do Acordo Colectivo de Trabalho e do Regulamento de Carreiras.
A decisão de adiar a greve, marcada para dia 12, foi tomada logo após a reunião negocial dessa quarta-feira. «Os representantes do Governo apresentaram-se com uma posição de nada de novo, mas com o argumento de que o Governo está a fechar a proposta de Orçamento do Estado», pelo que os sindicatos, reafirmando as suas posições negociais, deram prazo de resposta até dia 25. Assim, Governo e administração «ficam sem qualquer desculpa».
Já no dia 15, segunda-feira, numa reunião das organizações representativas dos trabalhadores (sindicatos, federações e CT da IP), a análise da situação levou ao desenvolvimento do novo plano de lutas, como se refere numa nota divulgada pela Fectrans/CGTP-IN.
Em defesa de um ACT para todos os trabalhadores de todas as empresas do universo IP, da valorização dos salários e da negociação de um Regulamento de Carreiras que igualmente abranja todos os funcionários, foi feito apelo a «uma grande mobilização» para a greve de dia 31.
Foi confirmada a decisão de esperar até dia 25 por «novas propostas que permitam a evolução da negociação». Neste dia, «em reforço da luta», foi decidido realizar um «cordão humano de protesto», do Ministério do Planeamento e Infra-estruturas até à residência oficial do primeiro-ministro.
Como «nas outras empresas do sector ferroviário [como a ex-Refer, fundida com a Estradas de Portugal na IP] existem problemas análogos», foi decidido propor às estruturas representativas dos trabalhadores da CP e da EMEF uma reunião conjunta, no dia 22.
Barraqueiro diverge
Com uma greve convocada para amanhã, dia 19, em nove empresas do Grupo Barraqueiro, no quadro da luta dos trabalhadores pelo aumento dos salários, a Rodoviária de Lisboa, apresentou no dia 12 uma proposta de actualização dos salários, formalizada no dia 15, numa das reuniões de conciliação na DGERT (Ministério do Trabalho). Considerando positivo o facto em si, embora os representantes patronais alegassem não ter mandato para discutir os valores apresentados, a Fectrans decidiu analisar a proposta em plenários de trabalhadores anteontem e ontem.
No entanto, manteve-se «tudo na mesma» nas demais empresas do grupo.
«Perante uma resposta que vale zero, os trabalhadores só têm um caminho, reforçarem a luta do próximo dia 19», afirmou a federação, num comunicado de dia 15.
Metro em greve hoje
Uma greve parcial, que poderia afectar a circulação durante a manhã, foi convocada para hoje no Metropolitano de Lisboa pelo STRUP (da Fectrans/CGTP-IN) e outros cinco sindicatos. Num comunicado conjunto, dia 10, recusaram a proposta de actualização salarial de 24,50 euros para dois anos, «porque na prática isso corresponde a um aumento de zero para 2019».
Os sindicatos propuseram o mesmo valor, mas apenas para o ano corrente, posição que a administração informou que iria defender junto da tutela.
A greve de hoje, tal como a recusa de trabalho extraordinário, desde dia 9, resultaram de decisões tomadas nos plenários, recordam ainda os sindicatos.