«Pôr o comboio na linha» termina no Terreiro do Paço
Cerca de 300 pessoas manifestaram-se, dia 3 de Outubro, em Lisboa, contra a degradação da oferta do transporte ferroviário.
«Material parado, comboio atrasado», «Não se pode viajar sem comboios a circular», «Com o Governo a cortar, a CP vai ao ar» e «Pôr o comboio na linha para servir a população» foram algumas das palavras de ordem do protesto, que começou, de manhã, com uma concentração na Praça Luís de Camões, em Lisboa.
A manifestação, que chegou ao Terreiro do Paço, marcou o fim de uma campanha iniciada no dia 20 de Setembro no Porto, que levou representantes de trabalhadores e utentes a realizarem tribunas públicas e concentrações em vários pontos do País.
Na residência oficial do primeiro-ministro foi entregue uma declaração, subscrita por 13 sindicatos do sector ferroviário, pela Comissão dos Reformados Ferroviários, por dez organizações de utentes e pelas comissões de trabalhadores da CP – Comboios de Portugal, EMEF – Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário, IP – Infraestruturas de Portugal e Medway (antiga CP Carga).
No documento, reclama-se um plano nacional de transportes que defina o que compete a cada modo de transporte, articulados complementarmente entre si, de modo a levar o transporte público a todo o País; medidas concretas de investimento na ferrovia com vista a modernizar as infra-estruturas, o material circulante e as instalações; admissão de trabalhadores para todas as empresas do sector, de modo a melhorar a sua capacidade de resposta.
Exige-se, também, horários que correspondam às reais necessidades da população; aprofundamento de uma política tarifária que torne universal o acesso e incentive a transferência da utilização do transporte individual para o transporte público; recolocação de todo o sistema ferroviário sob um comando único e pondo em primeiro lugar os ganhos para o País e o serviço prestado.