A caça e o mundo rural
A Assembleia da República chumbou os quatro projectos de lei do PAN, BE e PEV que determinavam a proibição da caça à raposa e ao saca-rabos, excluindo-as da lista de espécies cinegéticas. Votaram contra PS, PSD, CDS-PP e PCP.
Clarificando as razões que levaram a bancada comunista a não acompanhar estas propostas, o deputado João Dias começou por questionar se as mesmas não visam a «proibição total da caça», abrindo assim uma «caixa de pandora». O caso concreto do projecto de lei do PAN é disso é exemplo, apontou, ao procurar «ir mais além e proibir a caça não só às raposas mas também às lebres».
Ora, para o PCP, a «caça é um elemento que faz parte do mundo rural», cuja existência e dinamização contribui para o «desenvolvimento do interior». Aliás, não pode deixar de ser vista como uma «actividade complementar ao rendimento agrícola» e, nessa medida, sublinhou João Dias, um «factor de combate ao despovoamento», num mundo rural «já bastante penalizado, sem empregos, sem serviços públicos, sem escolas, sem tribunais, sem centros de saúde, ser correios e fustigado pelos incêndios».