PCP quer CML a resolver o caos do lixo na cidade
LISBOA A situação na higiene urbana não se resolve com mais precariedade, mas com o regresso do serviço à esfera municipal e a contratação de trabalhadores, defende o PCP.
As juntas recorrem cada vez mais à contratação de privados
Em comunicado divulgado na segunda-feira, 3, a Organização da Cidade de Lisboa do Partido lamenta o caos que se regista «ao nível da recolha de lixo e limpeza das ruas» da capital e sublinha que a situação de ruptura confirma a advertências feita atempadamente pelos comunistas, designadamente que «a reorganização administrativa, fruto do entendimento da maioria do PS na CML e AML com o PSD, e à qual o PCP sempre se opôs, levaria a um profundo recuo na resposta aos interesses da população».
Com efeito, explica-se no mesmo texto, o processo de«extinção de 29 freguesias» e a«transferência de várias competências para as Juntas conduziu ao desmantelamento de serviços da CML e à transferência de cerca de 1800 trabalhadores, bem como de património, equipamentos e outros meios».
«Na área da limpeza urbana – precisa-se, as consequências da reorganização administrativa são evidentes», nomeadamente decorrentes da passagem para as juntas de centenas de trabalhadores antes afectos à recolha de resíduos sólidos,«ao que acresce o desinvestimento verificado há anos na frota da higiene urbana,as deficiências ao nível da organização dos circuitos de recolha e ainda na formação dos trabalhadores».
Mais, adianta-se igualmente no comunicado, para suprir carências ao nível da lavagem e varrição, as juntas recorrem cada vez mais à contratação de privados, mostrando, afinal, que «por detrás da retórica utilizada por PS e PSD para justificar o processo de reorganização administrativa em Lisboa – modelo desastroso que agora querem impor ao resto do País através da lei-quadro de transferência de competências – baseada na ideia de proximidade aos cidadãos bem como nas possíveis poupanças na gestão dos serviços, estão as verdadeiras intenções: privatização de serviços, redução do número de trabalhadores, aumento da precariedade dos vínculos laborais e cedência constante a grandes interesses económicos».
Neste contexto, o PCP defende que a resolução dos problemas e a prestação de um serviço público de qualidade passa obrigatoriamente pelo reassumir por parte da CML das suas responsabilidades e a contratação de trabalhadores com direitos.