Defesa da produção nacional é imperativo estratégico

ECONOMIA Jerónimo de Sousa passou na última semana por algumas das mais relevantes feiras e festas que por esta altura se realizam de Norte a Sul do País, apelando à valorização da produção e dos produtores.

PCP quer inverter a «erosão» que há muito marca o mundo rural

Depois de, na quinta-feira, 30 de Agosto, ter estado na ExpoSemana (Póvoa do Varzim), o Secretário-geral do PCP visitou, sábado, a Feira da Luz – Expomor, em Montemor-o-Novo, e na passada segunda-feira, 3, as Festas das Vindimas, em Palmela.

Na primeira, o Secretário-geral defendeu ser um «imperativo nacional e estratégico» a defesa e promoção dos nossos recursos, potencialidades e capacidades endógenas. No périplo pelo certame promovido no Espaço Agros, na Póvoa de Varzim, acompanhado por membros da organização, o dirigente comunista inteirou-se das novidades levadas à feira por pequenos e médios produtores, recebendo, ainda, tantos elogios e palavras de estímulo à continuação da luta em defesa de quem produz quantas queixas a respeito da manutenção, no essencial, de uma política governamental que privilegia a produção e distribuição monopolista em detrimento dos agentes económicos de menor dimensão.

O sector leiteiro é, nesse aspecto, paradigmático, tanto mais que foi justamente o exemplo invocado por Jerónimo de Sousa para insistir que estes sectores não podem ser deixados a «morrer aos poucos», exigindo, por isso, que se «ouçam os anseios dos produtores» para que o processo de erosão no mundo rural não prossiga». «Há uns anos eram mais 90 mil [produtores de leite em Portugal] e agora são cerca de seis mil», exemplificou.

 

Apoiar os produtores

Em Montemor-o-Novo, Jerónimo de Sousa jantou no restaurante do Partido na Feira, onde saudou os militantes e simpatizantes presentes. Acompanhado de militantes e dirigentes do PCP e autarcas do município, desde logo pelo presidente da Câmara Municipal, António Pinetra, visitou pavilhões relativos a actividades económicas (com destaque para a agropecuária), culturais, educativas, associativas e recreativas e exposições sobre o trabalho desenvolvido pelas autarquias do concelho, todas de maioria CDU.

Na tradicional Festa das Vindimas, em Palmela, Jerónimo de Sousa percorreu o recinto acompanhado pelo presidente do município, Álvaro Amaro, por outros autarcas e por dirigentes locais e regionais do PCP. Enquanto visitava os expositores e contactava com os feirantes, o Secretário-geral respondeu às questões colocadas pelos jornalistas.

Numa dessas respostas, voltou a rejeitar que Portugal tenha, hoje, como muitas vezes se diz, «um governo das esquerdas» ou «um governo de esquerda». O governo minoritário do PS, explicitou, «ao arrepio do que aconteceu naqueles quatro anos de governo PSD/CDS, conseguiu convergir connosco em relação a rendimentos, direitos, aspirações dos trabalhadores e do nosso povo». Porém, este mesmo PS tem «um problema»: não só não se liberta dos compromissos com a UE e o grande capital como, em matérias estruturantes, converge com o PSD e o CDS. Não porque a isso seja obrigado, mas por opção, esclareceu.




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