PCP contesta promulgação de leis que altera finanças locais e competências

PODER LOCAL Na se­mana em que veta o di­ploma que per­mi­tiria aos ar­ren­da­tá­rios terem o di­reito de pre­fe­rência, o Pre­si­dente da Re­pú­blica deixa passar o di­ploma que agrava aperto fi­nan­ceiro das au­tar­quias e de­si­gual­dades.

Al­te­ra­ções à lei agravam sub­fi­nan­ci­a­mento das au­tar­quias

O acordo entre PS e PSD, feito à re­velia das au­tar­quias, para a des­cen­tra­li­zação de com­pe­tên­cias cul­minou na pas­sada se­mana com a pro­mul­gação por Mar­celo Re­belo de Sousa do di­ploma que al­tera a lei das fi­nanças lo­cais e a lei-quadro de trans­fe­rência de com­pe­tên­cias.

Re­a­gindo à luz verde dada por Belém a esse di­ploma, o PCP ma­ni­festa a sua «viva dis­cor­dância». Não só esta pro­mul­gação é cri­ti­cável como as ob­ser­va­ções e re­paros feitos pelo Pre­si­dente jus­ti­fi­ca­riam, «por si só», o veto, afirma o PCP em nota do seu Ga­bi­nete de Im­prensa, no dia 3 de Agosto. Nestas ob­ser­va­ções, con­si­dera sur­pre­en­dente que Mar­celo Re­belo de Sousa de­cida a pro­mul­gação to­mando por base, «apenas e tão só», a cir­cuns­tância de a le­gis­lação ter sido apro­vada na As­sem­bleia da Re­pú­blica por quase dois terços dos de­pu­tados, de­pois de alertar para os riscos de sus­ten­ta­bi­li­dade fi­nan­ceira con­creta das trans­fe­rên­cias para as au­tar­quias lo­cais e de essas trans­fe­rên­cias po­derem ser en­ten­didas como «mero alijar de res­pon­sa­bi­li­dades do Es­tado».

«Aten­dendo ao peso dos ar­gu­mentos fa­vo­rá­veis e des­fa­vo­rá­veis», o PCP não deixa igual­mente de re­gistar o con­traste desta de­cisão do PR com a que tomou antes na le­gis­lação sobre o di­reito de pre­fe­rência dos ar­ren­da­tá­rios.

De­pois de um pro­cesso tor­tuoso e sem que tenha sido feito um exame sério e ri­go­roso às au­tar­quias para esta de­le­gação de com­pe­tên­cias, o avançar das leis re­pre­senta um «ataque ao ca­rácter uni­versal de di­reitos so­ciais – como a saúde, a edu­cação, a se­gu­rança so­cial ou a cul­tura», re­fere ainda a nota de im­prensa.

Im­porta lem­brar que de 2007 a 2017, por in­cum­pri­mento do re­gime de fi­nanças lo­cais por su­ces­sivos go­vernos, foram abu­si­va­mente re­ti­rados às au­tar­quias cerca de 3,25 mil mi­lhões de euros. As al­te­ra­ções à lei agravam esse sub­fi­nan­ci­a­mento além de acen­tu­arem de­si­gual­dades e as­si­me­trias re­gi­o­nais.

«Com a au­to­ri­dade de quem se opôs à le­gis­lação agora pro­mul­gada e de­nun­ciou os seus ob­jec­tivos e con­sequên­cias para as au­tar­quias e as po­pu­la­ções, o PCP pros­se­guirá a sua in­ter­venção em de­fesa da au­to­nomia local e da cri­ação de con­di­ções para que os mu­ni­cí­pios e fre­gue­sias pros­sigam a sua in­ter­venção em de­fesa dos in­te­resses das po­pu­la­ções e do de­sen­vol­vi­mento local», lê-se, por fim, na nota di­ri­gida à co­mu­ni­cação so­cial.




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