O PSD na Lagoa encapelada
O PSD Madeira fez a festa de Chão da Lagoa. Foi uma romaria de soundbites, sem novidades para o País ou a região. O marketing político, com a chancela de R. Rio e M. Albuquerque, foi a reconciliação e a graxa a A. J. Jardim e a proclamação de que «em equipe que ganha não se mexe», uma espécie de apelo, antecipado e nervoso, para as eleições de 2019 – regionais, legislativas e Parlamento da UE – e de auto-elogio à direcção do PSD.
A barca do PSD navega águas encapeladas. Acabou a bonança que veio depois do motim, que mandou borda fora P. Coelho e o «diabo» e deu o comando a Rio, que traçou o rumo actual do PSD, para, nesta nova fase da vida política nacional, afastar a defesa e conquista de direitos, mesmo que para isso seja mero ajudante do PS, convergindo na política de direita.
Rio tentou no Chão da Lagoa unir os barões para o futuro, mas além da desvergonha da Cristas, que se adiantou na auto-lavagem, tem a oposição de Montenegro, o desapoio de Negrão, a demissão dos vices, as derivas no OE e dossiers vários e as sondagens a descer e tem a chantagem de P. Santana Lopes que, mais uma vez, anuncia um partido alternativo ao PPD-PSD, talvez com os projectos reaccionários do VOLT, pan-europeu, da Iniciativa Liberal e da Democracia 21.
O PSD de Rio, como em 2015, mesmo que somado ao CDS, com o apoio do PR Sousa e um enorme branqueamento, não apagará tão cedo a memória da desgraça do País, de que é um responsável maior. Até ver, está na reserva do grande capital, para se e quando o PS não possa cumprir o essencial da sua opção de classe.
Este é o tempo da luta pelos direitos dos trabalhadores e do povo e pela resposta aos problemas do País, no rumo de uma alternativa patriótica e de esquerda.