PCP celebra Abril lutando pelos seus valores

REVOLUÇÃO O PCP está a assinalar em todo o País, em dezenas de iniciativas, os 44 anos da Revolução de Abril. Jerónimo de Sousa participou em dois grandes almoços: no sábado, em Odemira, e no domingo, em Loures.

O PCP bate-se por uma política que afirme os valores de Abril

LUSA


Estas comemorações reúnem, todas juntas, milhares de militantes e simpatizantes do Partido, que assim reafirmam o seu apego aos valores de Abril e a sua determinação em prosseguir a luta pela sua presença no futuro de Portugal. Em alguns concelhos e freguesias, as iniciativas promovidas pelo PCP constituíram, mesmo, a única celebração de Abril.

Nas intervenções proferidas nas diversas acções comemorativas, os comunistas realçaram a natureza da Revolução de Abril e o papel determinante que nela assumiram o Partido, as massas populares e a aliança Povo-MFA; as principais conquistas revolucionárias e o seu significado; o processo contra-revolucionário e as consequências de décadas de política de direita. E, também, da luta pelo aprofundamento da Revolução, em defesa das suas conquistas e por uma alternativa que consagre o essencial dos seus valores.

Nas duas iniciativas do fim-de-semana, Jerónimo de Sousa recordou a confiança que o PCP sempre teve, mesmo nos momentos mais difíceis da ofensiva contra-revolucionária e, mais recentemente, nos anos do pacto de agressão das troikas, «num futuro diferente, de afirmação e concretização dos valores de Abril». Hoje, sublinhou o Secretário-geral do Partido, temos «razões para manter essa mesma confiança», que, acrescentou, «brota da realidade vivida».

Exemplificando, Jerónimo de Sousa realçou o grande desfile comemorativo do 25 de Abril em Lisboa: a «grande adesão popular, o entusiasmo e alegria manifestados 44 anos depois, mostram que os valores de Abril permanecem não só actuais mas vivos e enraizados no coração e na vida dos portugueses, com potencial para impulsionar e dar forma a um projecto de futuro para Portugal». Projecto esse, lembrou, «que não prescinde da luta dos trabalhadores e do povo».

Combates de Abril e por Abril

O momento em que se comemora 44.º aniversário da Revolução de Abril não é, ainda, o da ruptura com a política de direita, sublinhou Jerónimo de Sousa. Assim é porque o PS e o seu Governo estão longe de assumir essa ruptura e porque não estão asseguradas as condições, no plano da governação, capazes de lhe dar corpo.

Porém, destacou o dirigente comunista, não deixa de ser verdade que a evolução da situação política em Portugal deixa também claro que os combates que hoje se trava «não são já e apenas para resistir a uma ofensiva brutal», mas para recuperar e repor direitos e rendimentos. Após lembrar que as medidas positivas aprovadas e implementadas na actual legislatura são mais e mais profundas do que o PS e o Governo admitiam nos seus programas, o dirigente do Partido destacou que pela natureza das questões em causa são resultado de «combates de Abril e por Abril» há muito travados pelos trabalhadores e o povo português.

Mas apesar dos avanços, o Secretário-geral do PCP assume ser impossível «omitir o muito caminho que falta fazer para resolver os problemas do País e as muitas dificuldades que estão presentes na vida dos trabalhadores e do povo». Havendo ainda «muito caminho a fazer para ir ao encontro de Abril», Jerónimo de Sousa garantiu que «vamos fazê-lo com a luta e com proposta». «É por uma política de afirmação dos valores de Abril que o PCP luta e lutará», concluiu.

Direitos a garantir

Antes de Jerónimo de Sousa interveio, em Loures, Bernardino Soares, presidente da Câmara Municipal. Tal como o Secretário-geral, criticou duramente os acordos celebrados há dias por PS e PSD, em torno de questões como as transferências de competências para as autarquias. Apesar de os comunistas não rejeitarem, por princípio, essas transferências, a questão central é assegurar a melhoria dos serviços e a igualdade de acesso a direitos fundamentais.

É por esta razão, assegurou o autarca e membro do Comité Central do PCP, que «não estamos de acordo que transfiram a saúde e a educação para os municípios», ficando a garantia destes direitos dependente da situação existente em cada um dos concelhos. Estes são direitos universais, concluiu.




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