Denunciar a exploração onde ela se dá

A denúncia da exploração é um dos objectivos que se colocam aos comunistas nas empresas. É isso que faz o Sector da Electricidade do PCP no mais recente número do seu boletim. Perante os 1113 milhões de euros de lucros alcançados pela EDP, o que representa um aumento de 18 por cento, as propostas de aumento salarial da administração ficam-se pelos 0,2, 0,4 e 0,6 por cento. Perante uma inflação de 1,4 por cento, os «aumentos» propostos pela EDP representariam na verdade a perda de poder de compra por parte dos trabalhadores. O PCP realça ainda que o custo anual de aumentar para mil euros os salários de todos os trabalhadores do call center seria apenas 8,2 milhões de euros.

Para os comunistas, estes números são suficientes para demonstrar que «a EDP só não assegura aumentos dignos aos seus trabalhadores porque não quer, porque cada euro que não paga aos trabalhadores guarda-o para somar aos lucros». O PCP realça que a resposta dos trabalhadores às intenções da empresa só pode ser uma: o reforço da sua organização e luta.

Aos trabalhadores do centro de contacto da Galp, contratados pela Accenture, o PCP distribui um comunicado no qual também apresenta números para demonstrar a brutal exploração de que são alvo: face aos 602 milhões de euros de lucro registados pela Galp (mais 25 por cento do que em 2016) e os 586 milhões de euros pela Randstad, os trabalhadores auferem salários de 605 euros, sem qualquer aumento para este ano que não seja o que decorre da valorização do salário mínimo.

Dando o exemplo do administrador da Galp Carlos Gomes da Silva, que recebeu em 2016 1,621 milhões de euros, mais 19 por cento do que no ano anterior, o PCP realça que este valor representa 193 vezes mais do que um trabalhador do call center. Ou, dito de outro modo, o administrador ganha mais numa hora que esse mesmo trabalhador num mês inteiro. Também neste caso, o aumento salarial para mil euros teria um impacto reduzido nas contas das empresas: uma diminuição de 2,8 milhões de euros no lucro da Manpower e, caso a Galp assumisse esse encargo, lucraria 599,8 milhões em vez dos 602 milhões.

A Célula da Aviação está a distribuir um comunicado aos trabalhadores das Lojas Francas de Portugal no qual exige com urgência «aumentos salariais e horários dignos». A degradação das condições de vida destes trabalhadores é de tal ordem, recorda o PCP, que se há 18 anos o salário base era cerca de 20 contos acima do salário mínimo nacional, hoje entra-se para a empresa a auferir o mínimo que a lei prevê.

Para além disso, estes trabalhadores não têm subsídios de turno e transporte, muito embora a maioria deles inicie e termine o seu período de trabalho a horas em que já não há transportes públicos. No comunicado lembra-se que «há trabalhadores que chegam ao local de trabalho uma hora antes da sua entrada ao serviço pois são obrigados a utilizar a carreira da madrugada da Carris».



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