Utentes reclamam soluções para a Transtejo e a Soflusa
DEGRADAÇÃO Uma centena de utentes do Montijo, Seixal e Barreiro, na Margem Sul do Tejo, desfilaram no dia 14, entre o Cais do Sodré e o Ministério das Finanças, em protesto contra a deterioração das ligações fluviais.
Os problemas não são de agora
Os utentes foram recebidos no final do desfile pelos assessores do secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, a quem entregaram uma carta aberta, dirigida a Mário Centeno, ministro das Finanças, bem como um «barquinho de papel».
«Os problemas com que os utentes do transporte fluvial no rio Tejo se têm deparado não são de agora. Com efeito, a degradação iniciou-se no princípio da actual década e tem vindo a acentuar-se com o decorrer do tempo», observa-se no texto, onde se exige «soluções e respostas urgentes e imediatas à ruptura do serviço prestado pelas empresas públicas Transtejo e Soflusa, no âmbito da travessia fluvial do rio Tejo».
Na carta, os passageiros do Montijo, Seixal e Barreiro referem que as recentes respostas e soluções alternativas postas à disposição dos utentes pela administração da Transtejo «nada resolveram». «Passado um ano e dez milhões de euros gastos (verba que demonstrou ser insuficiente), o serviço prestado degradou-se e os utentes continuam sem garantias do cumprimento dos horários, que não são sequer os mínimos a ser prestados por um serviço público de transportes», criticam.
Prioridades
Neste sentido, exige-se que se cumpra o que está estabelecido pela Transtejo e Soflusa, nomeadamente a agilização financeira do plano de manutenção da frota e pontões de embarque; o aluguer imediato de embarcações para suprir as actuais lacunas (à semelhança do que já aconteceu); desbloqueamento das verbas para iniciar o processo de renovação da frota; disponibilizar o financiamento necessário para garantir as condições de navegabilidade do rio Tejo, minimizando de imediato os danos causados pelo assoreamento na frota existente (em particular os catamarãs).
Para que estas medidas possam ser realizadas «é necessário que todas as empresas e organismos do Estado responsáveis pela navegabilidade do rio Tejo e pela prestação do serviço público de transporte fluvial sejam munidas de verbas para a sua concretização», defendem os utentes, reclamando do ministro das Finanças que viabilize «todos os pedidos de verbas necessárias para a prestação do serviço de transporte fluvial do rio Tejo».
A Câmara Municipal do Montijo aprovou, sem o voto favorável do PS, uma saudação à luta dos utentes.
Para ontem, 21, ao final da tarde, foi marcada uma manifestação, entre a Praça Luís de Camões e Ministério do Ambiente (na rua do Século), onde será entregue o abaixo-assinado «Contra a degradação do Metro de Lisboa – Por um transporte público de Qualidade», que conta com três mil assinaturas.
A acção é promovida pela Comissão de Utentes dos Transportes de Lisboa, União de Sindicatos de Lisboa e Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações em Portugal.