O PARTIDO NAS EMPRESAS

Organizar, unir e mobilizar para a luta

No mais recente número do seu boletim, a célula do PCP no grupo Navigator exige que a empresa reconheça o papel indispensável dos trabalhadores nos bons resultados alcançados (mais de mil milhões de euros de lucro nos últimos cinco anos) e proceda à «melhoria das condições de trabalho e de vida dos trabalhadores e das suas famílias». As propostas de revisão do Acordo de Empresa e dos cadernos reivindicativos para 2018, apresentadas à administração pela Fiequimetal e o Site-Sul, são «justas e adequadas», defende.

São elas, entre outras: actualização das bandas salariais, tabelas de remunerações e salários de todas as empresas do grupo num mínimo de 75 euros; reposição do valor pago pelo trabalho suplementar em dia normal, dia de descanso semanal e dia feriado para os níveis de 2012; eliminação das condições diferenciadas e discriminatórias em termos de salários e direitos nas várias empresas do grupo; redução do período normal de trabalho para 37,5 horas semanais; aumento da contribuição da empresa para o fundo de pensões de quatro para seis por cento; actualização do subsídios de deslocação para 20 euros; e o direito à igualdade na atribuição do prémio de desempenho.

Para o PCP, é satisfazendo estas reivindicações – e não com «palavras bonitas e inspiradoras» – que se reconhece o papel dos trabalhadores no aumento significativo dos lucros da empresa. Os comunistas garantem que na fase das negociações a unidade dos trabalhadores em torno do sindicato e suas propostas é o factor decisivo para a concretização das suas reivindicações.

A «paz social» dos patrões

Num comunicado dirigido aos trabalhadores da Seda Ibérica, o Sector de Empresas de Oeiras do Partido desmonta o significado, para o patronato, de paz social. Na Seda Ibérica, empresa que garante querer a paz social, o contrato colectivo é sucessivamente desrespeitado, as dívidas aos trabalhadores resultantes do não pagamento do subsídio de turno ascendem já a milhares de euros por trabalhador, a actualização salarial foi rejeitada em 2017 e continua sem haver qualquer proposta patronal para este ano. Não satisfeita, a administração decidiu impor o aumento do horário de trabalho sem qualquer acordo com os trabalhadores. Perante a resistência dos trabalhadores, a empresa recorreu à «intimidação e à pressão», acusa ainda o PCP.

Os trabalhadores, que são quem produz a riqueza em qualquer empresa, «têm uma força incomparável», garante o Partido: a sua unidade e o seu poder colectivo. Foram estes factores que determinaram o êxito das greves de 11, 12, 18 e 25 de Janeiro, que paralisaram por completo a fábrica, sustenta o PCP, que apela ao prosseguimento da luta: «muitos obstáculos se atravessarão no caminho, muitas pressões e ameaças vão chegar e é preciso coragem, unidade e firmeza de todos para continuar este caminho até à vitória.»

Redefinir prioridades

A célula do PCP na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), no mais recente número da sua Folha Informativa, contesta o negócio de 200 milhões de euros com o Montepio, garantindo que ele «não serve aos utentes, à instituição e aos trabalhadores». O valor em causa representa um terço do capital próprio da Santa Casa, o que leva o PCP a questionar a quem interessará este negócio.

Na SCML, lembra o Partido, há desde 1998 cerca de 600 trabalhadores com falsos recibos verdes, as carreiras estão congeladas há nove anos, os salários são muito baixos e os acordos de empresa negociados não são cumpridos. Valorizar os trabalhadores e os serviços prestados devem ser as prioridades da instituição e não os negócios que interessam ao Montepio, sublinha ainda o PCP.

 



Mais artigos de: PCP

Aniversário do Avante! aponta ao aumento da difusão

DIVULGAÇÃO Nas iniciativas comemorativas do 87.º aniversário do Avante!, que se estão a realizar em todo o País, destaca-se a necessidade de alargar a leitura, difusão e venda do órgão central do PCP.

Informar e mobilizar

Estão em distribuição dois folhetos do PCP sobre questões específicas dirigidos a sectores também eles específicos. Um sobre a proposta de revogação da «Lei dos Despejos», apresentada na Assembleia da República pelo grupo parlamentar...