Fez por estes dias 60 anos que a cadela Laika, a bordo do Sputnik 2, se tornou no primeiro ser terrestre a orbitar o planeta. Este extraordinário feito seguiu-se a outro, igualmente alcançado pela União Soviética: o lançamento do primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik 1. Estava-se nos últimos meses de 1957.

Os meses e anos que se seguiram foram marcados por uma impressionante sucessão de realizações no campo da exploração espacial por parte da União Soviética: em Maio de 1958 é colocado em órbita o primeiro laboratório de investigação espacial, o Sputnik 3; no ano seguinte, a sonda Luna 2 atinge a superfície da Lua e a sua sucessora, a Luna 3, obtém imagens do lado obscuro da Lua, invisível a partir da Terra; em 1960 é criado o primeiro centro de treino de cosmonautas.

A 12 de Abril de 1961, exactamente dois meses após a missão Venera 1 ter aberto o caminho para Vénus, Iuri Gagárine (cidadão soviético de origem camponesa) torna-se no primeiro homem no espaço: durante 108 minutos, a nave Vostok 1, com o major de 27 anos lá dentro, circunda a Terra, regressando em segurança. Em 1963, Valentina Tereshkova é a primeira mulher cosmonauta e dois anos depois Alexei Leonov protagoniza o primeiro passeio em espaço aberto, de 12 minutos.

Soviéticos foram ainda os primeiros aparelhos a aterrar suavemente na Lua, Vénus e Marte, as primeiras transmissões televisivas da superfície lunar e as pioneiras explorações do seu solo e ainda a primeira estação espacial. Estes e outros feitos permitiram aos soviéticos, e através deles a toda a Humanidade, ampliar o conhecimento em áreas tão diversas quanto a meteorologia, a óptica, a astronomia, a química, a medicina e as telecomunicações.

Na exploração do Cosmos, a União Soviética, sendo pioneira, não esteve sozinha. Também os Estados Unidos protagonizaram façanhas de extraordinária dimensão e importância. A chegada do Homem à Lua é, de entre elas, a mais simbólica.

Impressionante salto em frente

Poucos feitos atestam de forma tão expressiva o impressionante e acelerado desenvolvimento científico e tecnológico alcançado pelo socialismo na União Soviética do que a exploração espacial. Se a ela se somar os avanços alcançados noutros sectores – energia, aeronáutica, informática, agricultura, entre muitos outros –, o feito assume dimensões de epopeia.

Apenas 12 anos antes do lançamento do Sputnik e da viagem da cadela Laika, a União Soviética encontrava-se arrasada pela invasão nazi-fascista e pelo esforço de guerra, que lhe custara mais de 20 milhões de vidas e a destruição de grande parte da sua capacidade produtiva: se em 1940 a produção industrial soviética representava 45 por cento da norte-americana, quando a guerra terminou ela caíra para 20 por cento. Como já sucedera antes, o povo soviético, dirigido pelo seu Partido Comunista, reergueu o país com as suas próprias forças, alcançando em 1950 os níveis de produção industrial de dez anos antes.

O impetuoso desenvolvimento da ciência e da técnica na União Soviética, que tanto contribuiu para o progresso social e cultural do seu povo, deve-se à política seguida desde o primeiro dia pelo poder proletário: a alfabetização de todo o povo, a formação de milhares de cientistas e engenheiros de origem operária e camponesa, a criação de institutos e laboratórios bem equipados, o financiamento público da investigação e a definição de planos do Estado para o desenvolvimento científico e tecnológico foram medidas decisivas para os avanços alcançados e para a construção da nova sociedade.