Pobreza flagela jovens trabalhadores
A precariedade e baixos salários são causas da pobreza
São jovens que trabalham mas não auferem rendimentos suficientes para ter uma vida digna. Segundo o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), intitulado «Tendências mundiais do emprego juvenil 2017», a incidência da pobreza laboral no conjunto dos países «emergentes e desenvolvidos» abrange 16,7 por cento dos jovens trabalhadores, enquanto o mesmo indicador para os trabalhadores com mais de 25 anos se fica nos 10,6 por cento.
Isto significa que, neste conjunto de países, há 70 milhões de jovens trabalhadores que vivem em extrema pobreza, número que ascende a mais de 160 milhões se se incluírem aqueles que vivem em pobreza moderada, ou seja, que dispõem de menos de 3,1 dólares por dia.
Nos 28 países da União Europeia, a pobreza laboral – aqui definida como rendimentos abaixo de 60 por cento do rendimento mediano – atingia 12,5 por cento dos jovens trabalhadores (dados do Eurostat relativos a 2015), contra 9,5 por cento dos trabalhadores com idades entre os 25 e os 54 anos.
O relatório, divulgado na semana passada, refere como particularmente grave a situação em certos países da UE, como a Grécia e a Espanha, onde o risco de pobreza afecta quase 20 por cento dos jovens trabalhadores.
A OIT destaca ainda a «drástica» diminuição da participação dos jovens na força de trabalho nos últimos 20 anos – de 55%, em 1997, para 45,7%, na actualidade. Trata-se de menos 35 milhões de jovens a participar na força de trabalho, apesar de, nestas duas décadas, a população juvenil ter aumentado em 139 milhões de pessoas.
A OIT alerta para a «drástica» diminuição da participação dos jovens no mercado de trabalho, onde de 55 por cento em 1997, passaram a representar 45,7 por cento na actualidade. Por outras palavras, há hoje menos 35 milhões de jovens com trabalho do que há 20 anos, isto apesar de a população juvenil ter aumentado em 139 milhões de indivíduos neste período.
O estudo salienta ainda que 76,7 por cento dos jovens trabalhadores têm empregos informais, marcados pela precariedade e a falta de direitos e de protecção. Os jovens «com frequência, iniciam a sua vida laboral em empregos temporários sabendo que podem nunca chegar a obter segurança no trabalho», denuncia a OIT.