Instrumentos centrais na intervenção política

A adopção de me­didas para o re­forço da or­ga­ni­zação e in­ter­venção do Par­tido junto da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores nas em­presas e lo­cais de tra­balho é pri­o­ri­dade es­sen­cial do tra­balho par­ti­dário (…).

A pro­pa­ganda do Par­tido é um ins­tru­mento de in­for­mação e es­cla­re­ci­mento que con­tribui para efec­tivar a li­gação às massas, mo­bi­lizar para a luta, den­si­ficar a in­ter­venção, alargar a in­fluência e re­forçar a or­ga­ni­zação, e para isso é ne­ces­sário partir da aná­lise e ava­li­ação ri­go­rosa da re­a­li­dade ob­jec­tiva para con­cre­tizar uma men­sagem ver­da­deira, clara, im­pres­siva, opor­tuna e eficaz.

in Re­so­lução Po­lí­tica do XX Con­gresso do PCP

 

A pri­o­ri­dade dada pelo PCP à in­ter­venção nas em­presas e lo­cais de tra­balho e, nesse âm­bito, a cen­tra­li­dade que as­sumem ins­tru­mentos como os bo­le­tins de cé­lula, de­correm da na­tu­reza de classe e ob­jec­tivo re­vo­lu­ci­o­nário do Par­tido. Tal en­contra-se, aliás, pa­tente na Re­so­lução Po­lí­tica apro­vada no úl­timo Con­gresso, e, mais im­por­tante, tem tido ma­te­ri­a­li­zação con­creta, lá onde pulsa a luta de classes.

Com o Or­ça­mento do Es­tado para 2018 em dis­cussão, é na­tural que o co­lec­tivo de co­mu­nistas nas em­presas e lo­cais de tra­balho pro­movam a apre­ci­ação do PCP sobre o do­cu­mento e apelem a que os tra­ba­lha­dores se man­te­nham alerta e mo­bi­li­zados para, com o seu Par­tido, al­can­çarem mais re­po­sição de di­reitos e ren­di­mentos.

São disso exemplo as edi­ções de Ou­tubro da Cé­lula do PCP no Me­tro­po­li­tano de Lisboa e do Linha Ver­melha, dado à es­tampa pelos co­mu­nistas no sector fer­ro­viário. Num e noutro saúda-se as me­didas que pros­se­guem o ca­minho en­ce­tado com a nova fase da vida po­lí­tica na­ci­onal, mas sem com isso deixar de notar li­mites e in­su­fi­ci­ên­cias que urge ul­tra­passar.

Nesse sen­tido, entre ou­tros as­pectos, va­lo­riza-se o des­con­ge­la­mento das car­reiras na Ad­mi­nis­tração Pú­blica mas cri­tica-se o con­ge­la­mento das re­mu­ne­ra­ções, im­pli­cando que os tra­ba­lha­dores do Me­tro­po­li­tano de Lisboa, CP, EMEF e IP «che­ga­riam a 2019 com sa­lá­rios de 2009»; va­lo­riza-se que o OE para 2018 «con­firme a plena re­po­sição da con­tra­tação co­lec­tiva para o Sector Em­pre­sa­rial do Es­tado», mas con­si­dera-se «in­com­pre­en­sível que man­tenha um con­junto de roubos nos di­reitos dos tra­ba­lha­dores do SEE que não estão abran­gidos pela con­tra­tação co­lec­tiva», bem como se man­tenha «uma po­lí­tica res­tri­tiva de en­trada de tra­ba­lha­dores para o SEE».

De­nun­ciar e unir

Sem sair da linha, o bo­letim in­for­ma­tivo da cé­lula dos fer­ro­viá­rios co­mu­nistas do En­tron­ca­mento, o Via As­cen­dente, des­taca, na sua edição de Ou­tubro, dois pro­blemas es­tru­tu­rais da res­pon­sa­bi­li­dade de su­ces­sivos go­vernos. Trata-se do de­sin­ves­ti­mento rei­te­rado na fer­rovia, dei­xando Por­tugal iso­lado no con­texto eu­ropeu, re­sul­tado da ori­en­tação para ser «bom aluno» na car­tilha da UE, e da ma­nu­tenção do con­trato mi­li­o­nário com a Fer­tagus, em­presa pri­vada que além de cho­rudas com­pen­sa­ções tem ainda o ma­te­rial cir­cu­lante re­pa­rado na EMEF... à custa do erário pú­blico, de­nuncia-se.

Já no Com Fibra e em O In­tervir, bo­le­tins das cé­lulas do Par­tido no Grupo Na­vi­gator e na AMARSUL, res­pec­ti­va­mente, as úl­timas edi­ções co­locam em re­levo a ne­ces­si­dade de os tra­ba­lha­dores in­ten­si­fi­carem a uni­dade e luta em torno do au­mento dos sa­lá­rios e da «re­po­sição do valor pago pelo tra­balho ex­tra­or­di­nário», no pri­meiro caso, contra a fra­gi­li­zação da em­presa e o cres­ci­mento dos vín­culos pre­cá­rios (são já cerca de um terço do total), pelo cum­pri­mento do Acordo de Em­presa e o au­mento das re­mu­ne­ra­ções do tra­balho, no caso da AMARSUL, en­tregue à Mota-Engil pelo então go­verno PSD/​CDS.




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