O PARTIDO NAS EMPRESAS

Voz que conta para a defesa dos direitos

Para além do que re­pre­sentam para o es­cla­re­ci­mento dos tra­ba­lha­dores re­la­ti­va­mente a as­suntos can­dentes da si­tu­ação na­ci­onal e in­ter­na­ci­onal, as cé­lulas do PCP são de­ter­mi­nantes para in­formar acerca de temas es­pe­cí­ficos de de­ter­mi­nada em­presa ou sector e fo­mentar a uni­dade e a luta em de­fesa dos sa­lá­rios, dos di­reitos, dos postos de tra­balho. Os bo­le­tins e co­mu­ni­cados as­sumem, nesta ma­téria, um papel fun­da­mental.

Na mais re­cente edição do bo­letim O Hé­lice, a cé­lula do PCP na Lis­nave e no Es­ta­leiro da Mi­trena, em Se­túbal, re­a­firmam a de­fesa do di­reito ao sá­bado como dia de des­canso se­manal. Aquela que é, lembra-se, «uma das grandes con­quistas da classe ope­rária», é no­va­mente alvo dos ata­ques dos grandes grupos eco­nó­micos e mo­no­po­listas, como é vi­sível em vá­rias em­presas da re­gião, de­nuncia-se no bo­letim.

Para a cé­lula do PCP, o «tra­balho de borla ao sá­bado é já uma re­a­li­dade dentro do es­ta­leiro, com a apli­cação do brutal re­gime de adap­ta­bi­li­dade im­posto aos tra­ba­lha­dores da Lis­na­veyards». Para o Par­tido, como nou­tras si­tu­a­ções, também nesta «ca­berá aos tra­ba­lha­dores, con­jun­ta­mente com o seu sin­di­cato de classe, dar res­posta a estes ata­ques, sendo certo que é na uni­dade e na luta que re­si­dirá a sua força para re­sistir e lutar». Aos tra­ba­lha­dores do es­ta­leiro, a cé­lula co­mu­nista exorta a que se man­te­nham unidos em torno das rei­vin­di­ca­ções para 2018, pelo au­mento dos sa­lá­rios e por me­lhores con­di­ções de tra­balho e de vida.

De su­ple­mentar a per­ma­nente

Com Fibra é o tí­tulo do bo­letim da cé­lula do PCP no grupo Na­vi­gator, que na sua edição de Se­tembro acusa a em­presa de «usar e abusar» do tra­balho su­ple­mentar. Na Na­vi­gator, re­alça o PCP, o re­curso ao tra­balho su­ple­mentar não é, como a lei impõe, «even­tual e tran­si­tório», antes cons­titui uma si­tu­ação «quase per­ma­nente». Entre as con­sequên­cias desta prá­tica conta-se a re­a­li­zação de jor­nadas de tra­balho de «12, 16 ou mesmo 20 horas». O re­curso abu­sivo ao tra­balho su­ple­mentar sente-se com par­ti­cular in­ci­dência nos pe­ríodos de fé­rias, «du­rante a qual a carga se­manal se torna mais ele­vada, tendo re­per­cus­sões não só ao nível fí­sico e psí­quico» como também na vida pes­soal e fa­mi­liar dos tra­ba­lha­dores.

Face a esta que é uma prá­tica rei­te­rada na em­presa, o PCP cri­tica a ad­mi­nis­tração pela po­lí­tica de re­dução de efec­tivos «a todo o custo» e por não apostar na con­tra­tação de for­mação de ope­ra­dores em nú­mero su­fi­ci­ente para su­prir a falta de tra­ba­lha­dores no pe­ríodo de fé­rias ou em si­tu­a­ções de baixas pro­lon­gadas. Pe­rante os re­sul­tados fi­nan­ceiros apre­sen­tados pelo grupo Na­vi­gator no pri­meiro se­mestre do ano, a cé­lula quer que a ad­mi­nis­tração, ao invés do que tem su­ce­dido, au­mente os sa­lá­rios em linha com os lu­cros ob­tidos, re­co­nhe­cendo assim o papel dos tra­ba­lha­dores nos re­sul­tados al­can­çados.

 Travar a ex­plo­ração 

As cé­lulas do PCP no Ae­ro­porto de Lisboa, por seu lado, emi­tiram uma «carta aberta aos pa­trões da ASA/​Cros­s­taff (em­presa sub­con­tra­tada pela Ground­force), na qual re­agem a uns «emails or­di­ná­rios que pu­seram a cir­cular». Nessa mis­siva, os co­mu­nistas lem­bram a em­presa de que existe «uma coisa que se chama ho­rário de tra­balho», fora do qual o pa­trão «não deve in­co­modar o tra­ba­lhador e este só atende o pa­trão se assim o en­tender».

Acu­sando a ASA/​Cros­s­taff de pagar pouco e tratar mal os tra­ba­lha­dores, não res­pei­tando os seus di­reitos, as cé­lulas do PCP lem­bram que os tra­ba­lha­dores em causa de­ve­riam ter vín­culo à Ground­force, para além de um con­trato co­lec­tivo e es­ta­bi­li­dade la­boral. No co­mu­ni­cado, in­forma-se que o PCP, através do seu grupo par­la­mentar, já exigiu do Go­verno ini­ci­a­tivas firmes face às ame­aças e ile­ga­li­dades da em­presa contra os tra­ba­lha­dores.




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