Trump ameaça abandonar acordo nuclear com o Irão
AMEAÇA O presidente Donald Trump garante que os EUA poderão retirar-se do acordo nuclear assinado com o Irão em 2015 por seis países. Teerão não se intimida e promete uma «resposta adequada».
Os EUA estão isolados nas suas conspirações contra o Irão
LUSA
Durante uma reunião com membros do seu gabinete, na segunda-feira, 16, Donald Trump declarou haver «uma possibilidade muito real» de haver de um «término total do acordo». Acrescentou que está «cansado» de que «se aproveitem» do seu país e que o acordo foi «horrível» para os EUA.
O presidente estado-unidense anunciou, no dia 13, que não certificará o acordo nuclear e prometeu que Washington aplicará novas sanções contra o Irão «pelo seu apoio ao terrorismo». A não certificação implica que o Congresso dispõe de 60 dias para decidir se volta a aplicar sanções ao Irão.
O Departamento do Tesouro, entretanto, incluiu os Corpos da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão, a maior organização militar do país, na sua lista de sanções «por apoio ao terrorismo».
O acordo nuclear com o Irão foi estabelecido em 2015 entre Teerão e o Grupo 5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha – e Alemanha).
EUA isolados
Representantes da União Europeia e de países subscritores do acordo criticaram a ameaça norte-americana, lembrando que não se trata de um convénio bilateral que possa ser anulado por um só país e que o Irão tem cumprido todos os compromissos assumidos. A Rússia avisou que a medida representa uma ameaça à segurança internacional e à não proliferação do nuclear.
Em sentido contrário, de apoio a Washington, pronunciaram-se Israel, Arábia Saudita, Emiratos Árabes Unidos e Bahrein.
Para o Irão, os EUA estão mais isolados do que nunca na sua oposição ao acordo nuclear e «nas suas conspirações contra o povo iraniano». O presidente Hassan Rohaní afirmou que o seu país continuará comprometido com o acordo e não deixará de colaborar com o Organismo Internacional de Energia Atómica.
Rohani advertiu que, se os EUA violarem os interesses nacionais do Irão, a república islâmica «não hesitará em dar uma resposta adequada». Foi muito claro: «A nação iraniana não se submeteu nem nunca se submeterá a nenhuma pressão estrangeira».