Células do Partido são motor da luta de massas

Da dimensão da luta dos trabalhadores da PT/MEO no passado dia 21, da combatividade demonstrada e da unidade de acção verificada falou-se com grande destaque no último Avante!, que realçou também a intervenção do PCP na Assembleia da República em defesa dos direitos destes trabalhadores e da própria empresa, ameaçada pela gestão da multinacional Altice. Menos conhecida será a intervenção quotidiana dos comunistas junto destes trabalhadores na empresa, através da sua célula, e o papel decisivo por ela desempenhado na própria dimensão que a luta atingiu como nas reivindicações a que deu expressão pública.

No dia 14, a célula do Partido distribuiu um comunicado no qual apelava à participação dos trabalhadores da greve marcada para uma semana depois, reafirmando a tese de que «a luta é o caminho». Lembrando posições por si sempre assumidas em defesa dos trabalhadores e dos seus direitos e do carácter público da PT, o Partido acusava a Altice de pretender apenas maximizar os seus lucros «libertando-se de um conjunto de encargos assumidos e que já existiam quando comprou a empresa».

Depois de ter tentado, sem êxito, passar esses encargos para o Estado, a multinacional optou em seguida por levar a cabo a «ofensiva que os trabalhadores estão a sofrer, tendo começado por colocar centenas de trabalhadores em salas de disponíveis, chantageando esses trabalhadores e usando-os como mecanismo de assédio sobre outros, a todos tentando impor rescisões “amigáveis”».

O PCP, que sempre denunciou a agressão aos direitos dos trabalhadores, reafirmava nesse comunicado que «vamos continuar essa denúncia até essas práticas serem revertidas, os trabalhadores ressarcidos ou a Altice expulsa da PT». Da mesma forma, os comunistas sempre combateram a entrega dos sectores estratégicos da economia aos grupos monopolistas e, em coerência, defendem o seu regresso ao sector público.

A luta travou-se, foi imensa e continua. Com o PCP.

Resistir na Efacec

Também na Efacec, a intervenção da célula do Partido foi fundamental para a dimensão e natureza da luta travada pelos trabalhadores da empresa, expressa no plenário e na concentração em que expressaram corajosamente a rejeição das chamadas «rescisões por mútuo acordo» com as quais a administração pretendia reduzir mais de 400 postos de trabalho. No comunicado que fez distribuir pelos trabalhadores, a célula do Partido denunciou o «plano de reestruturação» da empresa e o facto de, na altura em que pretendia despedir trabalhadores, a Efacec ter recebido 11 milhões de euros de fundos comunitários. Apelava ainda aos trabalhadores para que mantivessem «unidos e determinados na defesa dos seus postos de trabalho», o que efectivamente fizeram.

Chamados à administração para aceitarem os ditos «acordos» e tendo manifestado a sua recusam, os trabalhadores foram confrontados com ameaças de ser utilizada a «extinção do posto de trabalho» ou o «despedimento colectivo», confirmando-se assim a denúncia do PCP de que as «rescisões por mutuo acordo» são um dos muitos eufemismos que o patronato utiliza para despedir trabalhadores. No plenário – que antecedeu a concentração junto à administração –, foi aprovada uma moção na qual os trabalhadores manifestavam o seu «total repúdio pela implementação destas medidas e reivindicam à administração a sua suspensão imediata, reafirmando que se encontram unidos e determinados para lutar e defender os seus direitos, recorrendo a todos os meios que lhes estão disponíveis».




Mais artigos de: PCP

Forças de segurança precisam de soluções

PROPOSTA O PCP reafirmou ontem ao final da manhã um conjunto de propostas para melhorar as condições laborais e sociais dos profissionais das forças e serviços de segurança e o seu estatuto.