Unesco declarou Hebron Património da Humanidade
A Unesco incluiu o centro histórico de Hebron, na Cisjordânia ocupada, na sua lista de Património da Humanidade em Perigo. É o terceiro sítio de Património da Humanidade registado na Palestina, desde que a Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas reconheceu o Estado da Palestina, em 2011.
A decisão da Unesco provocou a retaliação de Israel, que reduziu mais um milhão de dólares na verba anual que disponibiliza à ONU. Também a embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nikki Haley, considerou «uma afronta à História» a deliberação do Comité do Património Mundial da Unesco, reunido em Cracóvia.
Em Portugal, o MPPM (Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano e pela Paz no Médio Oriente) lembra que Hebron, cidade palestina localizada na Margem Ocidental ocupada por Israel desde 1967, é uma das mais antigas urbes continuamente habitadas do mundo. A Mesquita de Ibrahim e o Túmulo dos Profetas, na cidade velha, são local de peregrinação de muçulmanos, judeus e cristãos.
Considerando que o sítio reúne as condições para a Lista do Património Mundial da Unesco, as autoridades palestinas apresentaram em 2012 a candidatura. Os actos de vandalismo e outros atentados levaram as autoridades a requerer um processo de emergência, «que se justifica tanto mais quanto persiste a ocupação e a presença de cerca de 800 colonos israelitas no coração da cidade, protegidos por forças militares e por todo um sistema de restrições e checkpoints impostos aos 300.000 habitantes palestinos».
O MPPM exortou o governo português a pronunciar-se favoravelmente ao pedido da Palestina. Deste modo, Portugal contribui «para evitar a destruição de um património de inegável valor histórico e cultural» e recusa «pactuar com as manobras da potência ocupante» Israel, país que viola, desde há décadas, sucessivas resoluções da ONU e cuja persistente ocupação tem posto em risco esse e outros sítios históricos da Palestina.