Da Lisboa que temos à cidade que queremos
A primeira candidata da CDU à Assembleia Municipal de Lisboa (AML), Ana Margarida Carvalho, sublinha que o projecto do PCP-PEV para a cidade vai muito além do postal turístico. A isso mesmo aludiu na sessão pública de apresentação da sua candidatura que decorreu fez ontem uma semana, no Jardim São de São Pedro de Alcântara.
Numa iniciativa em que intervieram o mandatário da coligação, Silva Santos, a dirigente do PEV Cláudia Madeira (ambos eleitos na AML), e o cabeça-de-lista da CDU à Câmara Municipal de Lisboa, João Ferreira, a jornalista e escritora centrou o discurso naquilo que a CDU não quer para Lisboa, e, sobretudo, naquilo que considera ser urgente e necessário.
«Quem gosta de Lisboa não pode admitir que os seus moradores sejam escorraçados para os arredores», disse, acusando o executivo PS de passividade face a «uma cidade à venda».
A cabeça-de-lista pelo PCP-PEV à AM referiu-se igualmente à situação nos bairros municipais, afastados da Lisboa salão de visitas, que agora está na moda, para logo em seguida salientar alguns aspectos que fazem parte da cidade que a CDU pretende para todos.
«Para as crianças, mais espaços seguros, mais parques infantis, mais segurança nas ruas», assim como parcerias camarárias em diversos domínios «para que as crianças também possam usufruir de um tempo útil e de qualidade».
«Queremos que as escolas do pré-escolar e do primeiro ciclo sejam todas equivalentes em qualidade e em oportunidades», prosseguiu, antes de vincar que o PCP-PEV propõe, também, uma Lisboa «com mais árvores; uma política pro-activa para a reciclagem; tolerância zero para qualquer tipo de intolerância e soluções para os idosos, de combate à solidão, de assistência domiciliária».
Num registo próximo ao do manifesto programático, Ana Margarida Carvalho defendeu, por outro lado, a existência de equipamentos culturais acessíveis a todos e em toda a cidade; uma cidade onde se possa andar a pé, de bicicleta, fazer desporto e em que utilizar transportes públicos não seja infernal; uma cidade que trate bem os seus animais».
Para Ana Margarida Carvalho, Lisboa tem de ser mais justa, e nesse sentido considera, antes de mais, que os órgãos autárquicos municipais têm que procurar «travar o retrocesso democrático da reorganização administrativa, que extinguiu 29 freguesias e afastou da vida autárquica mais de 300 eleitos, provocando a ruptura em muitos serviços de proximidade essenciais».