Povo brasileiro exige saída de Temer

BRASIL Grandes manifestações populares no Rio de Janeiro e em Brasília exigiram o afastamento do presidente golpista Temer, acusado de corrupção, e a realização imediata de eleições directas.

Grandes manifestações no Rio de Janeiro e em Brasília

Milhares de pessoas assistiram no domingo, 28, no Rio de Janeiro, a um concerto de música brasileira para exigir a renúncia do presidente não eleito Michel Temer e a convocação de eleições.

Na praia da Copacabana, juntaram-se cerca de 150 mil pessoas para ouvir Caetano Veloso, Milton Nascimento, Maria Gadú, Mano Brown e muitos outros artistas, numa acção de «mobilização e espectáculo» em que uma das palavras de ordem entoada foi «Se o empurrarmos, Temer cairá».

Convocada por intelectuais, movimentos sociais e as frentes de esquerda Brasil Popular e Povo Sem Medo, a manifestação recuperou o lema «Directas já!» das lutas de meados dos anos 80 do século XX contra a ditadura militar.

Pressionado pelas movimentações populares e enfrentando graves denúncias de corrupção, Temer nega-se a renunciar ao cargo mas corre o risco de perder a sua base de apoio parlamentar ou de ser destituído pela Justiça brasileira.

Se o ainda presidente da República – que liderou um golpe constitucional para afastar a presidente eleita, Dilma Roussef, e usurpar o seu lugar, em Maio de 2016 – se demitir ou for destituído, o Congresso deverá designar o seu substituto em 30 dias. Mas os trabalhadores e o povo brasileiro rejeitam este processo devido ao desprestígio da maioria dos deputados, 200 dos quais estão a ser investigados por corrupção, e defendem uma emenda constitucional que permita novas eleições gerais.

Outras grandes acções populares no sentido de derrubar os golpistas, travar a política de direita e pôr fim ao retrocesso social no Brasil tiveram lugar nos últimos dias de Maio.

Destaque para a marcha de protesto «Ocupa Brasília», na capital federal, a 24, convocada pelas centrais sindicais e pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, que reuniu 200 mil pessoas e ficou marcada por uma violenta intervenção da Polícia Militar contra os manifestantes.




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