Segundo os organizadores participaram no protesto cerca de 40 mil pessoas, número rebaixado pela delegação do Governo para cerca de seis mil pessoas.

O protesto teve no entanto dimensão nacional ao congregar gente vinda de praticamente todas as comunidades autónomas de Espanha.

O secretário de organização do Podemos, Pablo Echenique, foi o primeiro a discursar perante a praça cheia para assegurar que independentemente do resultado da votação da moção de censura contra o governo de Rajoy, a iniciativa já venceu na rua.

Segundo Echenique a moção de censura conta não só com o apoio dos cinco milhões que votaram no Unidos Podemos, mas também de «milhões de pessoas que votaram em outros partidos».

O Unidos Podemos apresentou oficialmente, dia 19, uma moção de censura ao governo minoritário de direita do Partido Popular (PP), avançando como candidato ao lugar o nome de Pablo Iglesias.

Os partidos com maior representação no parlamento espanhol, em particular o PSOE, afastaram a possibilidade de apoiarem a moção de censura.

Enquanto candidato a secretário-geral do PSOE nas eleições primárias, Pedro Sánchez demarcou-se da iniciativa do Podemos, considerando que teriam de ser os socialistas a liderar uma eventual moção de censura ao Governo.

No domingo, 21, Pedro Sánchez ganhou as «primárias» com mais de 50 por cento dos votos dos militantes socialistas.

Sánchez ganhou em todas as comunidades autónomas espanholas, com excepção da Andaluzia, onde venceu a candidata da ala direita do partido Susana Díaz, e no País Basco, onde o mais votado foi Patxi López.

Na segunda-feira, 22, o Podemos manifestou disposição de retirar a sua moção de censura, caso o líder reeleito do PSOE decida passar das palavras aos actos e tome realmente a iniciativa no Congresso dos Deputados para derrubar o governo de direita.