Função Pública protestou nas Finanças

Dirigentes e delegados da federação e dos sindicatos dos trabalhadores em funções públicas e sociais concentraram-se, em vigília, na segunda-feira à tarde, frente ao Ministério das Finanças, para insistirem na exigência de aumento geral dos salários, descongelamento das carreiras, fim da precariedade de emprego e reforço de pessoal nos serviços, bem como a generalização das 35 horas semanais de trabalho e o fim do processo de municipalização dos serviços da Administração Central.
A FNSTFPS lembrou que são estes os motivos que levaram também à convocação da uma greve nacional dos trabalhadores da Função Pública, para o próximo dia 26.
Em declarações aos jornalistas, Ana Avoila, dirigente da federação e da CGTP-IN, considerou «inaceitável que se possa continuar a ter uma política de austeridade na Função Pública», porque estes trabalhadores, «nos últimos anos, foram dos mais sacrificados».
A também coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública voltou a explicar os motivos principais por que esta estrutura não assinou o acordo proposto pelo Governo, relativamente ao combate à precariedade. Citada pela agência Lusa, alertou que o compromisso se limitou a um calendário negocial, e contrapôs que «aquilo que o Governo tem de fazer é entregar os projectos aos sindicatos, convocar reuniões de acordo com os calendários», e «não chegar um dia antes e mandar uma data de pastas para nós assinarmos». Ana Avoila reiterou que a Frente Comum «não serve para fazer show-off nem para o Governo ganhar votos».
Os sindicatos e os trabalhadores «estão disponíveis para negociar e encontrar soluções, agora depende também do Governo e, sobretudo, do ministro das Finanças, se está disponível ou se, pelo contrário, está a fazer ouvidos de mercador», afirmou o Secretário-geral da CGTP-IN.
Arménio Carlos foi saudar os dirigentes e delegados sindicais em luta e, mais uma vez, perante os argumentos de restrições orçamentais que não permitem atender as reivindicações, defendeu que é a altura de o Governo assumir opções que a Intersindical tem proposto. «Se a dívida for reduzida e, simultaneamente, se forem renegociadas as parcerias público-privadas e os swaps e se [o Estado] gastar menos em transferir para o exterior trabalhos que poderiam ser feitos por trabalhadores da Administração Pública, vão sobrar alguns milhares de milhões de euros», frisou.

 



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