Direito constitucional à Segurança Social exige medidas que o efectivem

PROTECÇÃO SOCIAL Assinalando na segunda-feira, 8, o Dia da Segurança Social, o PCP reafirmou a necessidade de reforçar o sistema público e de elevar os montantes das prestações sociais.

Os centros de contacto não garantem melhores serviços

Numa conferência de imprensa realizada ao final da manhã, em que participou Fernanda Mateus, da Comissão Política, o PCP insistiu na urgência de adoptar as medidas capazes de concretizar os objectivos constitucionais relativos ao direito à protecção social: «dotar a Segurança Social pública dos meios financeiros indispensáveis, através da diversificação das suas fontes de financiamento; melhorar a qualidade dos serviços públicos assegurando o direito à informação e acesso aos direitos; e garantir a elevação dos montantes das prestações, que dêem expressão a uma efectiva protecção social, constituem objectivos centrais a levar por diante.»

A dirigente comunista valorizou, em seguida, as medidas positivas presentes nos orçamentos do Estado para 2016 e 2017, que contaram com contributo do PCP: o aumento extraordinário das pensões, após vários anos de congelamento do seu valor; a valorização do abono de família; o descongelamento do valor do Indexante de Apoios Sociais, com impactos positivos em todas as prestações sociais; o aumento da bonificação por deficiência e do montante mensal do subsídio por assistência à terceira pessoa; e ainda as melhorias verificadas na atribuição e nos montantes do rendimento social de inserção e no complemento solidário para idosos.

A ser aprovada, a proposta apresentada pelo PCP para eliminar o corte de 10 por cento no subsídio de desemprego ao fim de 180 dias (que baixou à comissão parlamentar especializada sem votação), constituirá um factor de «elementar justiça» para todos quantos se encontram na situação de desemprego. Fernanda Mateus destacou ainda a intervenção do Partido pela consagração do direito à reforma sem penalizações para os trabalhadores com 40 anos de descontos. Se é certo que a proposta do Governo «corrige algumas das injustiças existentes», ela fica aquém do que é «justo e necessário», mantendo penalizações, ainda que reduzidas.

Direitos e serviços

Como realçou Fernanda Mateus, na política patriótica e de esquerda que o PCP propõe está a resposta integral para a consolidação do sistema público de Segurança Social e para o reforço dos direitos de protecção social inscritos na Constituição da República Portuguesa. Adiantando matérias pelas quais o PCP se continuará a bater nos tempos mais próximos, a dirigente comunista sublinhou desde logo a eliminação das fortes penalizações à antecipação da reforma na Administração Pública e no desemprego de longa duração.

Outro objectivo do PCP nesta matéria é garantir uma «melhor protecção social dos trabalhadores (no desemprego, na maternidade e paternidade, na doença, na invalidez, na velhice), das crianças e jovens, das pessoas com deficiência e para com os que se encontram numa situação de dependência e em situação de pobreza». O Partido bate-se ainda pela garantia de serviços públicos de Segurança Social «de qualidade e proximidade», que assegurem aos utentes o direito à informação e o acesso. Sobre esta questão, Fernanda Mateus rejeitou que a municipalização dos serviços represente uma maior proximidade destes aos cidadãos, ao mesmo tempo que garantiu que a criação de centros de contacto não passará de um «óptimo negócio para as operadoras de telecomunicações».

A proximidade dos serviços à população e a uniformidade das respostas prestadas pelo serviço público de Segurança Social só estarão asseguradas «através de uma adequada rede desconcentrada de serviços do Estado», garantiu a dirigente do PCP.

 



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