Antes que seja tarde
A tensão na península da Coreia continua a aumentar: no início da semana, Donald Trump instou a ONU a impor novas sanções à Coreia do Norte; ontem, quarta-feira, reuniu os cem senadores dos EUA na Casa Branca para ouvirem as «informações» do secretário de Estado Rex Tillerson, do secretário da Defesa Jim Matiis, do director das Informações Nacionais, Dan Coats e do chefe do Estado-Maior-General, general Joseph Dunford, entre outros, sobre os planos de Washington face a Pyongyang; para amanhã, sexta-feira, Tillerson tem agendada mais uma intervenção no Conselho de Segurança centrada na «questão norte-coreana».
Enquanto isso, na Coreia do Sul, prosseguem os exercícios militares levados a cabo por sul-coreanos e militares norte-americanos estacionados no país, onde anteontem chegou o submarino nuclear USS Michigan, que segundo a imprensa local transporta 154 mísseis de cruzeiro, mini-submergíveis e 60 membros das forças especiais norte-americanas. O submarino deverá juntar-se à esquadra encabeçada pelo porta-aviões USS Carl Vinson, que já estará a caminho das águas sul-coreanas.
Se a este cenário em pleno desenvolvimento se juntar as recentes declarações de Trump – «as pessoas fecharam os olhos à situação durante décadas, agora é hora de resolver o problema» – temos reunidos os ingredientes para uma «tempestade perfeita» com consequências incalculáveis para todo o mundo.
Apresentando a Coreia do Norte como uma «ameaça» a abater, os media preparam a «opinião pública» para a anunciada «punição» como se de coisa inócua se tratasse. Como se os EUA, a maior potência nuclear do mundo e único país que já usou armas nucleares, com os terríveis e dramáticos resultados que se conhece, tivessem o direito de intervir onde e como bem entenderem sem cuidarem das consequências.
A paz não pode estar à mercê dos inquilinos da Casa Branca e dos autistas que os acompanham. É hora de lhes fazer frente, sem tréguas. Antes que seja tarde. Só a luta dos povos pode garantir a paz.