Lutas com frutos
Na véspera da concentração de dia 22, na Praça do Município, em Lisboa, a administração da Carrisbus respondeu a um pedido de reunião que o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos tinha apresentado há 425 dias, para iniciar a negociação da contratação colectiva. Na concentração, realizada enquanto decorria a reunião da Câmara, foi aprovada uma resolução a reafirmar a determinação de prosseguir a luta pela integração da empresa de manutenção na Carris e pela aplicação do Acordo de Empresa desta a todos os trabalhadores do universo da transportadora rodoviária de passageiros.
A esta acção, em que esteve também o Secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, associou-se João Ferreira, vereador do PCP na CML.
Teve particular destaque a exigência de actualização salarial, enfatizada em cartazes onde se lia que «A manutenção dos autocarros da Carris em bom funcionamento é paga com salário mínimo» ou «Recebo salário de 485-530 euros há seis anos» (valores do salário mínimo nacional). Foi também criticado o facto de, na Carrisbus, um profissional qualificado receber «o mesmo que um ajudante recebe na Carris».
No dia 23, foram pagas as remunerações em atraso no Bingo do Vitória Futebol Clube, informou a União dos Sindicatos de Setúbal, salientando que tal se deveu ao facto de, para o dia seguinte, a coincidir com as eleições para os corpos gerentes do clube, ter sido marcada uma concentração dos trabalhadores. Além do pagamento do salário de Fevereiro e do subsídio de Natal, esta acção visava exigir o pagamento regular dos salários e melhores condições de trabalho.
O Tribunal Administrativo e Fiscal reconheceu a legalidade plena da opção gestionária na Câmara Municipal do Funchal, determinando que 413 trabalhadores voltem a ser integrados na posição remuneratória que decorreu daquela medida, que fora revogada por «lamentável intervenção do Tribunal de Contas». Na nota que publicou dia 23, o STAL/CGTP-IN considerou tratar-se de «mais uma grande vitória», como já tinha sucedido noutros municípios da RA da Madeira. Dos processos patrocinados pelo STAL, em nome dos trabalhadores, apenas estão pendentes dois, informou o sindicato, que saudou «todos os que se têm empenhado na luta pela recuperação de direitos».