Iniciativas do PSD e CDS sobre a CGD

Campanha desmascarada

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Foram re­cen­te­mente in­vi­a­bi­li­zados pelo Par­la­mento, com os votos contra do PS, PCP, PEV e BE, pro­jectos de lei do PSD e do CDS-PP que, tendo por ob­jecto formal uma al­te­ração ao es­ta­tuto do gestor pú­blico, ti­nham ver­da­dei­ra­mente em mente atingir a Caixa Geral de De­pó­sitos.

As «ver­da­deiras in­ten­ções» sub­ja­centes à ini­ci­a­tiva do PSD foram des­mas­ca­radas no de­bate pelo de­pu­tado co­mu­nista Mi­guel Tiago, ao com­provar que o pro­blema do PSD «não é o dos sa­lá­rios nem o da falta de trans­pa­rência mas sim a missão desta ad­mi­nis­tração» da Caixa Geral de De­pó­sitos.

Fez notar, no­me­a­da­mente, que o PSD se mostra hoje muito in­dig­nado e acha um «exa­gero» um sa­lário de 30 mil euros para gerir um banco pú­blico, mas a ver­dade é que não se lhe viu idên­tica po­sição quando um ex-se­cre­tário de Es­tado do seu go­verno saiu para o Banco de Por­tugal, a ga­nhar 30 mil euros, com a ta­refa de vender o Novo Banco. «Como era para ali­enar, pri­va­tizar, isso jus­ti­ficou todo o sa­lário e mais hou­vesse; já para gerir um banco pú­blico, torná-lo ro­busto, co­locá-lo ao ser­viço das po­pu­la­ções e da eco­nomia na­ci­onal, 30 mil euros é um exa­gero», cons­tatou o de­pu­tado co­mu­nista, acu­sando o PSD de ter assim dois pesos e duas me­didas.

In­co­e­rência que con­trasta em ab­so­luto com a po­sição do PCP, que, como fez questão de re­alçar Mi­guel Tiago, até está à von­tade porque en­tende que se trata, tanto num caso como no noutro, de «um exa­gero». Foi essa ava­li­ação, aliás, que levou a ban­cada co­mu­nista a propor na AR, por mais de uma vez, in­cluindo nesta Le­gis­la­tura, que o pro­blema fosse re­sol­vido, pro­posta que teve sempre o voto contra do PSD, como lem­brou o de­pu­tado co­mu­nista.

O li­mite sa­la­rial pro­posto pelo PSD - o ven­ci­mento mensal pode ir até à média da re­mu­ne­ração dos úl­timos três anos - mais não é assim do que a re­cu­pe­ração do que já está na lei, sus­tentou Mi­guel Tiago, vendo por isso na pro­posta «um mero ar­ti­fício, que em rigor não cor­res­ponde a li­mi­tação ne­nhuma».

A questão da trans­pa­rência também não é coisa que pre­o­cupe a ban­cada la­ranja, sendo a prova disso mesmo o com­por­ta­mento por si re­ve­lado no pas­sado, se­gundo o par­la­mentar co­mu­nista, que lem­brou a pro­pó­sito um re­la­tório re­cente do Tri­bunal de Contas onde este re­vela que o Go­verno não pediu contas aos ges­tores das em­presas pú­blicas do Sector Em­pre­sa­rial do Es­tado du­rante boa parte do seu man­dato.

Para Mi­guel Tiago re­sulta assim claro que o PSD tem dois ob­jec­tivos com a cam­panha de «en­la­me­a­mento e achin­ca­lha­mento» que leva a cabo contra a CGD. «Um, é uti­lizar a CGD como arma de ar­re­messo po­lí­tico; o outro, mais es­tra­té­gico e de que o PSD não ab­dica - e que o CDS es­conde mas na ver­dade de­fende -, é a pri­va­ti­zação da CGD», su­bli­nhou, des­mon­tando a ma­nobra do par­tido che­fiado por Passos Co­elho.

 



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