Assembleia do CMP realizou-se no Brasil

Vital luta pela paz

A As­sem­bleia Mun­dial da Paz re­a­li­zada a 18 e 19 de No­vembro em São Luís do Ma­ra­nhão, elegeu os ór­gãos exe­cu­tivos do Con­selho Mun­dial da Paz (CMP) e aprovou uma re­so­lução na qual se aborda os eixos es­tru­tu­rantes da si­tu­ação in­ter­na­ci­onal e su­blinha-se a ne­ces­si­dade de re­forçar a luta pela paz.

Os povos não se vão render

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Na reu­nião magna que reúne as es­tru­turas de de­fesa e pro­moção da paz de todo o mundo, o Con­selho Por­tu­guês para a Paz e a Co­o­pe­ração (CPPC) foi re­e­leito para o Se­cre­ta­riado e Co­mité Exe­cu­tivo do CMP e man­teve a co­or­de­nação da re­gião Eu­ropa. O Centro Bra­si­leiro de So­li­da­ri­e­dade e Luta pela Paz (Ce­brapaz) e So­corro Gomes, per­ma­necem na pre­si­dência da or­ga­ni­zação e o se­cre­tário-geral e o se­cre­tário exe­cu­tivo con­ti­nuam a ser as­su­midos pelo Co­mité Grego para o de­sar­ma­mento e o De­sa­nu­vi­a­mento.
De­pois do fórum in­ter­na­ci­onal de mo­vi­mentos da paz, de­correu, dia 20, a Con­fe­rência Mun­dial da Paz, ini­ci­a­tiva na qual, além dos mem­bros do CMP, são con­vi­dadas a par­ti­cipar or­ga­ni­za­ções amigas, mo­vi­mentos so­ciais e per­so­na­li­dades.

Na As­sem­bleia Mun­dial da Paz foi apro­vada uma re­so­lução de 61 pontos que co­meça com a ex­pressão da so­li­da­ri­e­dade de todos os pre­sentes para com o povo bra­si­leiro e a sua re­sis­tência ao golpe de Es­tado e à po­lí­tica que os seus os pro­ta­go­nistas pre­tendem impor.

Con­fir­mando a va­li­dade da aná­lise e das ori­en­ta­ções do CMP, e va­lo­ri­zando as ini­ci­a­tivas pro­mo­vidas e o re­forço da uni­dade e con­fi­ança de que os povos serão ca­pazes de al­cançar «uma outra ordem mun­dial de paz, so­be­rania, de­mo­cracia e jus­tiça so­cial», no do­cu­mento iden­ti­fica-se os pe­rigos para a paz que emergem no con­texto da pro­funda crise eco­nó­mica do sis­tema ca­pi­ta­lista.

Agres­sões e in­ter­ven­ções im­pe­ri­a­listas de ocu­pação, ra­pina e des­mem­bra­mento de países so­be­ranos para a re­de­fi­nição de fron­teiras e re­de­senho do equi­lí­brio de forças em re­giões in­teiras; cres­cente mi­li­ta­ri­zação das re­la­ções in­ter­na­ci­o­nais e be­li­cismo, par­ti­cu­lar­mente por parte da NATO, dos EUA e da UE que se con­so­lidam como as mai­ores ame­aças aos povos; re­cu­pe­ração do fas­cismo, ins­tru­men­ta­li­zação do ter­ro­rismo e à ma­ni­pu­lação me­diá­tica da re­a­li­dade; pos­si­bi­li­dade de uma guerra de di­mensão global, in­cluindo com re­curso a armas nu­cle­ares; cres­cente re­curso a armas de des­truição mas­siva e cor­rida aos ar­ma­mentos con­tra­ri­ando o pro­pó­sito do de­sar­ma­mento geral e des­man­te­la­mento dos ar­se­nais ató­micos; ofen­siva contra con­quistas ci­vi­li­za­ci­o­nais dos povos e re­tro­cessos nos seus di­reitos po­lí­ticos, so­ciais e eco­nó­micos; sobre-ex­plo­ração do tra­balho e de­pre­dação dos re­cursos na­tu­rais, entre ou­tras, são fac­tores com que se con­frontam os povos e o mo­vi­mento da paz. Não obs­tante, «este é também um tempo de es­pe­rança», su­blinha-se.

Re­forçar a uni­dade

Desde logo porque, a par da ten­ta­tiva de im­po­sição da he­ge­monia global do ca­pital fi­nan­ceiro, avançam es­tru­turas mul­ti­la­te­rais de co­o­pe­ração em vá­rios do­mí­nios que pro­curam con­tra­riar e sa­cudir o do­mínio do im­pe­ri­a­lismo e apro­fundam novas con­tra­di­ções.
De­pois, porque con­si­de­rando a ex­pe­ri­ência dos úl­timos quatro anos, du­rante os quais o CMP foi capaz de «re­forçar o mo­vi­mento anti-im­pe­ri­a­listas e unir forças em torno da so­li­da­ri­e­dade para com os povos e a luta pela paz», re­alça-se, existem ra­zões para acre­ditar que os povos não se vão render.

«É ur­gente de­fender o di­reito dos povos à au­to­de­ter­mi­nação, so­be­rania e in­de­pen­dência, os prin­cí­pios da não-in­ge­rência nos as­suntos in­ternos de es­tados so­be­ranos e da so­lução pa­cí­fica dos con­flitos in­ter­na­ci­o­nais, o fim de todas as formas de opressão na­ci­onal, o de­sar­ma­mento, a dis­so­lução dos blocos po­lí­tico-mi­li­tares, a co­o­pe­ração entre os povos e na­ções por uma nova ordem de paz, eman­ci­pação e pro­gresso», afirma-se na re­so­lução apro­vada na As­sem­bleia Mun­dial da Paz.

«Re­forçar o CMP é, por isso, uma ta­refa chave», acres­centa-se, antes de se in­sistir que «a ali­ança e con­ver­gência entre os mo­vi­mentos da paz e as or­ga­ni­za­ções amigas é es­sen­cial para pro­mover a luta pela paz, a jus­tiça, a so­be­rania po­pular e na­ci­onal, pelo pro­gresso e por um mundo livre de ocu­pa­ções, opressão, co­lo­ni­a­lismo, ex­plo­ração, im­pe­ri­a­lismo e guerra».

Neste con­texto, «o CMP é cha­mado a de­sem­pe­nhar um im­por­tante papel», notam ainda os par­ti­ci­pantes na As­sem­bleia Mun­dial da Paz, que afirmam ter saído da ini­ci­a­tiva «con­victos e de­ter­mi­nados de que as or­ga­ni­za­ções na­ci­o­nais e o CMP» serão ca­pazes de «for­mular re­so­lu­ções e mo­ções [co­muns] e im­pul­si­onar a ampla uni­dade na acção» pelos pro­pó­sitos ime­di­atos e os ob­jec­tivos sempre as­su­midos pelo mo­vi­mento da paz.

 



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