Química promete luta
Em Estarreja, frente à CUF, concentraram-se no dia 10 mais de centena e meia de dirigentes e delegados dos sindicatos da Fiequimetal/CGTP-IN, exigindo aumentos salariais e retoma da negociação do contrato colectivo das indústrias químicas.
Outras acções vão ter lugar junto de empresas dirigentes patronais
Ao cuidado da administração da empresa, que detém a presidência da associação patronal APEQ (Associação Portuguesa de Empresas Químicas), foi deixada uma resolução, cujo conteúdo foi realçado com a deslocação até à CUF, em manifestação, e com várias intervenções durante a concentração, que interrompeu a circulação automóvel no local.
Os trabalhadores e os sindicatos exigem aumentos salariais, em valor nunca inferior a 40 euros mensais, a melhoria do subsídio de alimentação, a redução progressiva do horário de trabalho para as 35 horas semanais, 25 dias de férias sem condicionantes, a reclassificação profissional, o fim da precariedade no sector e, sobretudo, a reabertura das negociações do contrato colectivo de trabalho respeitando as matérias já acordadas em 2008, quando a APEQ rompeu as negociações. Mais tarde, aproveitando a oferta no Código do Trabalho, desencadeou o processo que levou à declaração de caducidade do contrato, em 2011.
«Este sector teve, no ano passado, um resultado líquido de 250 milhões de euros», explica Rogério Silva, coordenador da Fiequimetal e membro da Comissão Executiva da CGTP-IN. Numa reportagem publicada no sítio electrónico da federação (incluindo um acutilante vídeo sobre o que está em causa), acusa os patrões do sector químico de não quererem negociar com os sindicatos da Intersindical «porque querem intensificar a exploração dos trabalhadores, porque sabem que connosco não negoceiam o agravamento dos horários de trabalho e a retirada de direitos».
Em matéria de legislação laboral, o dirigente admite que o actual Governo «já começa a reconhecer que cada vez menos trabalhadores são abrangidos pela contratação colectiva», acrescentando, contudo, que «não basta ter consciência, é preciso agir» e «é preciso criar condições para promover a contratação colectiva e revogar as normas mais gravosas» da legislação laboral.
Na resolução, afirma-se a determinação de «prosseguir a acção colectiva em defesa da reabertura do processo negocial do contrato colectivo», «lutar contra qualquer tentativa de imposição de horários de trabalho, tais como os chamados bancos de horas, horários concentrados, adaptabilidade de horários». Ficou ainda expressa – e declarada à CUF e à APEQ – a decisão de «intensificar a acção reivindicativa nas empresas, sobretudo nas que fazem parte dos órgãos sociais das associações patronais».