CTT querem despedir

Os CTT Correios de Portugal pretendem despedir, sob a capa de rescisões, 75 trabalhadores, «depois de baixarem propositadamente a qualidade do serviço prestado, de reduzirem a Rede Pública Postal a níveis incomportáveis, de desrespeitarem os cidadãos, de montarem um banco sobre uma estrutura já com problemas».

A revelação foi feita pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, que acusou a administração de pretender «apenas “ver-se livre” de alguns trabalhadores e poupar uns “trocos”».

Num comunicado de dia 10, o SNTCT sublinhou que «ninguém é obrigado a aceitar» o que os CTT têm estado a apresentar em reuniões. O sindicato da Fectrans/CGTP-IN respondeu assim às preocupações manifestadas por vários associados, relatando que pediu explicações à entidade patronal, logo que teve conhecimento de que alguns trabalhadores estavam a ser convocados por carta para uma reunião a fim de tratarem de assunto relacionado com a situação profissional.

Numa resposta formal, a comissão executiva da administração dos CTT explicou que «foi dado início a um processo de optimização de recursos humanos afectos aos Serviços Centrais» e «foi identificado um conjunto de trabalhadores» relativamente aos quais a empresa considera que «a cessação do seu vínculo contratual não implicará substituição».

O sindicato veio a saber, mais tarde, que para as reuniões não foram chamados apenas trabalhadores dos Serviços Centrais, mas também «trabalhadores da Distribuição e Tratamento que, embora tenham algumas limitações físicas, plenamente comprovadas por relatórios médicos e/ou junta médica, desempenham cabalmente as suas funções».

Neste processo, o SNTCT detectou factos inadmissíveis, que iria denunciar às autoridades competentes. Como se refere no comunicado, verificou-se com as primeiras reuniões que, após a explicação inicial, a cada trabalhador foram concedidos cinco dias de dispensa do trabalho, para que «pudesse reflectir». À falta de resposta, «seguiu-se a habitual “actuação” de pressão, assédio moral, ameaça de perseguição», entre outras medidas.

O despedimento encapotado ocorre num momento em que «a qualidade do serviço está completamente deteriorada, porque há falta de trabalhadores», frisou o SNTCT, que apontou como consequências os grandes atrasos na Distribuição e as filas de espera no Atendimento, bem como a sobrecarga de trabalho nas estações.

Segundo o Acordo de Empresa em vigor, refere ainda o sindicato, citando várias cláusulas, os CTT podem fazer «optimizações» de recursos humanos sem recorrer a despedimentos.

 



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