PCP não desiste da proposta
Faz hoje oito dias, 27, foi chumbado no Parlamento por PS, PSD e CDS, com o BE a abster-se, os projectos de lei do PCP visando a criação de um sistema tarifário que consagre o «passe social» e o «andante» como solução integradora e abrangente, capaz de responder às necessidades das pessoas nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto. Adiada fica assim a concretização de uma medida que representaria sem dúvida um estímulo da maior importância à utilização dos transportes públicos.
Além de criar um passe social para todas as carreiras de todos os operadores, alargado à totalidade daquelas duas grandes áreas urbanas, a proposta do PCP repunha, simultaneamente, o desconto de 50% para estudantes, reformados e pensionistas.
Ao chumbar o sistema tarifário agora proposto o que aqueles partidos revelaram foi, além de indiferença pelo sacrifício e dificuldades dos utentes, o seu enorme menosprezo pela vontade manifestada de forma unânime pelos municípios em apoio a esta proposta específica do PCP.
Apoio que teve expressão ainda num abaixo-assinado que no curto espaço de um mês, só na AML, recolheu mais de sete mil assinaturas, como salientou em declaração de voto o deputado comunista Bruno Dias, antes de lamentar que PS, PSD, CDS e BE não tenham mantido a mesma posição e o mesmo sentido de voto em defesa e apoio destas propostas do PCP que assumiram nas autarquias locais. «Infelizmente disseram uma coisa lá e outra aqui», verberou, concluindo com a garantia de que o PCP não vai abdicar desta sua proposta. Porque, justificou, além de «justa e necessária» é «uma exigência das populações».