PCP no Equador

A convite do Movimento Aliança PAÍS (AP), o PCP participou no III Encontro Latino-americano Progressista (ELAP) e na V Convenção Nacional da AP, realizados em Quito, de 28 a 30 de Setembro, e 1 de Outubro, respectivamente.

O III ELAP, teve como tema «Revelando o novo Plano Condor, por um Pacto Ético Latino-americano!» e juntou mais de 200 delegados de mais de 80 forças políticas da América Latina, África, Ásia e Europa. Os debates enfatizaram a necessidade de consolidar a união das forças de esquerda latino-americanas perante a ofensiva imperialista. Neste aspecto, saliente-se a participação das organizações que integram a Frente UNIDOS – processo unitário de apoio ao processo da Revolução Cidadã que congrega 14 forças progressistas, democráticas e revolucionárias equatorianas –, incluindo do Partido Comunista do Equador, e ainda de organizações sindicais – incluindo o presidente da CUT – e profissionais, estudantis, da juventude, mulheres, movimento indígena e intelectuais.

Intervindo na conferência de abertura do Encontro, em que abordou a questão da «economia em tempos de mudança», Rafael Correa, presidente do Equador, sublinhou o significado das conquistas políticas, económicas e sociais no país andino, apesar dos impactos da «tempestade perfeita» que representou a quebra dos preços do petróleo e do facto de o Equador não possuir moeda nacional, após a introdução do dólar norte-americano em 2000. Conquistas em muito possíveis devido à implementação de uma política económica que abandonou a ortodoxia monetarista e canalizou todos os recursos disponíveis para a promoção do investimento público produtivo e social.

Alertando para os perigos de um novo Plano Condor na América Latina, Correa rejeitou a ideia de um «fim de ciclo» dos processos de emancipação, reafirmando o compromisso com os valores dos «seres humanos sobre o capital e da sociedade sobre o mercado».

Na declaração final do Encontro é reafirmado o compromisso de «luta e resistência incessante e irredutível contra o Novo Plano Condor, os golpes suaves e qualquer outra estratégia desestabilizadora e de ingerência que pretendam impulsar as forças da restauração neoliberal, os poderes transnacionais da guerra e seus aliados locais contra os nossos povos, a Pátria Latino-americana e o seu futuro».

Em saudação entregue à AP por ocasião do III ELAP, o PCP reitera a sua solidariedade com os países da «ALBA-TCP, Bolívia, Cuba, Equador, Nicarágua e Venezuela, entre outros, e especialmente a revolução cubana e sua reafirmação da construção do socialismo e o processo da revolução bolivariana na Venezuela, na mira central do imperialismo norte-americano». A mensagem expressa à AP «todo o sucesso para as exigentes batalhas eleitorais que se avizinham em 2017, cujo desfecho é particularmente importante para o futuro do Equador e das forças progressistas na América Latina».

As forças políticas internacionais participantes no ELAP assistiram como convidados à V Convenção Nacional da AP, realizada dia 1 no estádio do clube desportivo Aucas, em Quito. Os 22 mil delegados presentes provenientes de todo o país aprovaram o programa de governo para o período 2017-2021 e o binómio presidencial para as eleições de 19 de Fevereiro que, perante a decisão de Rafael Correa em não se recandidatar, será constituído por Lenín Moreno e Jorge Glas, antigo e actual vice-presidentes da República.

A secretária-executiva da AP, Doris Soliz, na intervenção de abertura da Convenção lembrou que a AP – a maior força política da história do Equador – representa um milhão e 350 mil militantes, organizados em mais de 12 mil Comités da Revolução Cidadã. O programa aprovado engloba 12 eixos de aprofundamento da revolução, sendo o principal objectivo eleitoral a conquista de uma nova vitória presidencial e a renovação da actual maioria absoluta na Assembleia Nacional.

Luís Carapinha da Secção Internacional representou o Partido nesta deslocação ao Equador.




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