Rasto mortal no Haiti
A destruição provocada pelo furacão Matthew mergulhou o Haiti na pior catástrofe desde o terremoto que devastou a nação caribenha há mais de seis anos e meio. O número de mortos contabilizado oficialmente supera já o milhar, sobretudo nas regiões Sul do país, onde ventos de 230 quilómetros por hora e fortes chuvas destruíram casas e vias e meios de comunicação.
A probabilidade de o número de vítimas mortais vir a aumentar é elevada, já que nalgumas zonas só agora as autoridades haitianas começam a restabelecer as ligações. Acresce um surto de cólera que ameaça a população e ao qual são já atribuídas 13 mortes.
Entretanto, o ministro do Interior do Haiti veio a público alertar para o que considera ser a inflação do número de vítimas por parte de organizações não-governamentais a operarem no terreno, acusando-as de pretenderem arrecadar dinheiro a pretexto do rasto mortal provocado pelo fenómeno natural. A acusação não é nova e foi já feita após o terremoto que destruiu o Haiti em 2010.
O furacão Matthew também passou em Cuba, onde a acção preventiva das autoridades evitou a perda de vidas humanas e onde a reparação dos estragos já começou, e nos estados norte-americanos da Florida, Geórgia e Carolina do Sul, nos quais foram evacuadas cidades e comunidades inteiras, e milhares de pessoas ficaram sem serviços públicos essenciais.
Apesar de ter sido igualmente atingida pela tempestade extrema, Cuba enviou para o Haiti uma brigada médica. A Venezuela enviou para Cuba maquinaria pesada para ajudar na reconstrução, e para o Haiti deslocou um contingente clínico de emergência.