PE pactua com ingerência aberta
Os deputados do PCP no Parlamento Europeu condenam a aprovação, dia 8, de uma resolução sobre a situação na Venezuela, «que avança com um conjunto de “propostas” que mais não são do que um encapotado apoio e envolvimento directo numa intervenção externa naquele País».
Numa nota divulgada no próprio dia, os deputados do PCP consideram que o documento «constitui objectivamente uma tentativa e uma forma de pressão para travar os desenvolvimentos positivos recentes de abertura de canais de diálogo entre o governo e a oposição venezuelanas, abertos pela acção da diplomacia regional latino-americana no seio das estruturas regionais como a UNASUR e a OEA».
Lembrando que a própria Alta Representante da UE, Frederica Moguerini, subscreveu o esforço de diálogo promovido por várias estruturas regionais da América Latina, nomeadamente a ALBA e a AEC, o PCP responsabiliza aqueles que «com o seu voto a favor ou a sua abstenção» permitiram a aprovação de uma resolução que contraria «o diálogo político e o papel da diplomacia política na resolução da crise económica e política da Venezuela».
O PCP sublinha que o texto aprovado é «contrário aos interesses da paz e da solução política de conflitos», «alimenta a agenda golpista e intervencionista das forças radicais de direita» e «coloca-se ao lado dos que usando o boicote, a chantagem económica e a aberta ingerência externa desrespeitam despudoradamente a legalidade internacional e a independência e soberania da Venezuela».
Durante o debate da referida resolução, os deputados PCP intervieram no sentido de «valorizar o diálogo entre as diferentes partes sobre os auspícios da UNASUL, tal como defendeu a ONU; de defender o direito de soberania da República Bolivariana da Venezuela e o direito inalienável do seu povo de decidir dos destinos do seu país; de defender a legitimidade de todos os órgãos de soberania eleitos pelo povo venezuelano; de defender o princípio da separação de poderes na Venezuela e do respeito pela ordem jurídico-constitucional e pelas decisões do poder judicial venezuelano; de condenar a chamada Lei da Amnistia que aplicada em muitos países da Europa significaria a libertação de criminosos e assassinos».
Manifestando solidariedade para com o povo da Venezuela e a sua Revolução Bolivariana, os deputados do PCP ao PE reafirmam que «cabe única e exclusivamente aos venezuelanos resolver os seus assuntos internos, dentro do quadro constitucional e legal de um País que há quase duas décadas é um exemplo no plano do funcionamento democrático das suas instituições e da democracia participativa».