Sobre a contratação de Portas
A contratação de Paulo Portas pela Mota-Engil é «um dos exemplos mais negativos da promiscuidade entre os interesses económicos e o poder político, particularmente de ex-responsáveis políticos», considera o PCP.
Dança de cadeiras que «significa que este ex-governante vai colocar ao serviço e em benefício daquele grupo económico o conhecimento e tudo o que resulta da sua acção governativa», afirmou anteontem, 7, o presidente do Grupo Parlamentar do PCP, numa reacção ao anúncio da contratação do ex-líder do CDS.
E porque a lei não impede actualmente que estas situações aconteçam – razão pela qual, aliás, o PCP apresentou já na AR um projecto de lei de alteração ao regime jurídico das incompatibilidades dos titulares de cargos políticos –, João Oliveira afiançou que a sua bancada «tudo fará» para alterar o quadro legal e, consequentemente, impedir que situações desta natureza possam repetir-se.
O facto de não ser ilegal – e até que haja uma mudança na lei – não obsta, porém, que se conclua ser este um caso «politicamente inaceitável», revelador, «de facto, dessa promiscuidade». E que, na perspectiva de João Oliveira, deixa uma «suspeição, uma dúvida relativamente às opções que são assumidas no âmbito das decisões políticas e relativamente ao favorecimento dos grandes grupos económicos».