França hoje em luta
Os trabalhadores franceses saem hoje, 28, de novo às ruas para exigir a retirada do projecto de lei do trabalho, que começará a ser debatido dia 3 de Maio no parlamento.
CGT apela à luta por um código do trabalho do séc. XXI
Convocados pela CGT, FO, Solidaires, UNEF, UNL e FIDL, trabalhadores dos vários sectores e estudantes participam hoje numa jornada de greves e manifestações pela retirada do polémico projecto de lei do trabalho, que destrói o horário das 35 horas e fragiliza a contratação colectiva.
Confrontado com um movimento persistente de contestação, o governo de Hollande-Valls procurou dividir a frente de protesto, fazendo concessões às associações de estudantes, designadamente em matéria de apoios à inserção profissional.
Todavia, as organizações estudantis continuam a exigir o abandono do texto e a dinamizar a mobilização de jovens em todo o país.
Da parte da CGT, o apelo é inequívoco: «prosseguir e amplificar» o protesto até à queda da dita «Lei do Trabalho» que «dinamita o nosso modelo social».
No seu 51.º Congresso, reunido entre 18 e 22 de Abril em Marselha, a maior central sindical francesa exortou à realização de reuniões e encontros em todas as empresas e locais de trabalho com vista a criar «uma oposição ainda mais forte a todos os ataques e impor novas conquistas sociais».
O Apelo lançado pelo Congresso recorda que a reforma laboral é rejeitada massivamente pelos franceses, citando recentes sondagens de opinião em que essa posição é partilhada por 70 por cento dos inquiridos.
O Congresso exaltou o amplo movimento de protesto que enfrenta um governo desacreditado, «em ruptura profunda com a população e com a juventude». «Um executivo ao serviço de um patronato retrógrado e ameaçador, privilegiando a finança em detrimento da resposta às necessidades sociais e procurando destruir todas as garantias colectivas, fixando como horizonte único a precariedade generalizada e a incerteza no amanhã».
Para a CGT «o desespero está na renúncia, a esperança está na luta». Essa luta é por um «código do trabalho do século XXI, pela concretização de uma verdadeira segurança social para os trabalhadores, para a redução do tempo de trabalho para 32 horas semanais. A jornada de hoje é um passo nessa luta.