Eléctrica francesa à beira da falência

Estado capitaliza EDF

O governo francês revelou, dia 22, que vai injectar três mil milhões de euros na eléctrica pública EDF, à beira da insolvência.

Detentor de 85 por cento da empresa, o Estado concederá o financiamento em troca de acções a receber nos próximos dois anos.

Para socorrer a empresa, o governo de Valls-Holande vai utilizar as receitas das privatizações dos aeroportos de Nice e de Lyon e de vendas de participações públicas noutros grupos.

Por seu lado, a administração da EDF anunciou um plano de poupança e de alienação de activos no montante de dez mil milhões de euros até 2020.

O plano inclui a abertura ainda este ano do capital da sua filial RTE, que gere as linhas de alta tensão e pode também envolver centrais a carvão na Polónia e actividades de exportação de hidrocarbonetos.

O grupo reduzirá ainda os investimentos para 10,5 mil milhões de euros até 2018, ou seja, menos dois mil milhões de euros em comparação com 2015, e poderá atrasar a construção de dois reactores nucleares em Hinkley Point, no Reino Unido, projecto avaliado em 23 mil milhões de euros.

As poupanças passam essencialmente pela redução de cinco por cento de efectivos em França, ou seja, cerca de 3500 postos de trabalho.

Entre outras pesadas responsabilidades, a empresa tem a seu cargo a manutenção de 58 reactores nucleares, parte deles com muitos anos de actividade, o que representa um encargo superior a 50 mil milhões de euros até 2025.

Os sindicatos responsabilizam a estratégia expansionista da administração pela situação de catástrofe financeira do grupo e exigem o adiamento por dois ou três anos do projecto de Hinkley Point, que qualificam de faraónico, para um grupo extremamente endividado.

No entanto, esta solução não é considerada uma opção para a administração da EDF que receia perder o negócio para empresas chinesas. O projecto, visto como uma vitrina da tecnologia francesa, é também apoiado pelo governo.




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